5 séries que são sucesso de crítica (mas não de público)


 
Se a série tem um monte de prêmios, certo que vale a pena assistir, né? Para alguns, sim. Porém, não faltam trabalhos aclamados pela crítica que pouco impactam o grande público. Selecionamos 5 séries recentes que são xodó dos entendedores oficias e desprezadas – injustamente – pela galera.

1) Crazy Ex-girlfriend (2015-)

  • 2 temporadas, rumo à 3ª
  • 9 prêmios e 14 indicações
  • Pior audiência de série em TV aberta nos EUA em 2016, com cerca de 550 mil espectadores por episódio =(

Após reencontrar por acaso o namorado de adolescência Josh, a advogada de sucesso Rebecca  (Rachel Bloom, que venceu o Globo de Ouro, o Critic’s Choice Award e o TCA de melhor atriz por esta série) decide largar seu promissor emprego em Nova york e se muda para uma cidade pequena na Califórnia. Não por acaso, é lá que Josh mora e onde se desenrola toda a reconquista do ex. Nesta comédia, Rebecca faz a gente se identificar com situações que já vivemos quando o assunto é crush: negação, recalque, culpa e motivação.

Importante ressaltar que a cada episódio existe pelo menos um número musical. Na trama, as músicas se passam dentro da cabeça de Rebecca. Geralmente, cenas em que personagens falam cantando me dão vergonha alheia. Porém, as letras e os estilos de Crazy Ex-girlfirend são tão engraçados que você fica querendo ouvir mais. Nada de politicamente correto, nada de pudor, afinal, estamos dentro da cabeça da crazy Becky!

Nem só de bobagem vive Crazy Ex-girlfirend. Com muita leveza e inteligência, a série aborda relações familiares abusivas, feminismo e até pedofilia e holocausto (SIM), sem escorregar para o drama ou para o desrespeito.

Pontos positivos:
– É o tipo de série que te faz torcer pela protagonista
– Impossível não se identificar com certas situações
– Prato cheio para quem curte psicologia
– Músicas iradas que grudam
– Personagens femininos fortes
– Tem no Netflix =D

2) The Affair (2014-)

  • 3 temporadas, rumo à 4ª
  • Vencedora de 3 Globos de Ouro, indicada a outros 18 prêmios
  • Cerca de 850 mil espectadores por episódio. A terceira temporada teve cerca de 25% menos audiência que a anterior.
THE AFFAIR – Season 1 – Pictured (L-R): Dominic West as Noah and Ruth Wilson as Alison – Photo Credit: © 2014 Steven Lippman/Showtime.
The series premieres Sunday, October 12 at 10:00 PM ET/PT.

Não é difícil entender o motivo de The Affair ser um sucesso de crítica. A fotografia é impecável, o elenco talentoso e as locações são deslumbrantes. Mas é o roteiro que torna a série da Showtime tão única.

Alguém foi assassinado. Noah (Dominic West, bem gato) e Alison (Ruth Wilson, premiada com o Globo de Ouro de melhor atriz por este papel) são chamados para a delegacia para prestar esclarecimentos. Ambos têm que contar como se envolveram um com o outro. Assim, os episódios são divididos em duas partes: a primeira meia hora relata os acontecimentos do ponto de vista de Noah um escritor famoso, rico, casado e pai de quatro filhos; a outra parte mostra exatamente os mesmos fatos de acordo com Alison, garçonete e enfermeira, também casada e um tanto traumatizada pelo seu passado. Os protagonistas vivem um caso, um romance de verão em Montauk. Quem deu em cima de quem? Quem se apaixonou primeiro? Quem prometeu largar o cônjuge e assumir a traição? A verdade depende de quem está contando a história. Qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência. Ainda assim, alguém morreu e a polícia precisa concluir o caso.

A série já está na terceira temporada e, com isso, foi ganhando outros protagonistas que conquistaram suas “metades” de episódios, entre eles os traídos da história. É um drama dos bons, cheio de mistério e que retrata o que se passa na cabeça de quem comete infidelidade.

Pontos positivos:
– Deixa ganchos para o episódio seguinte, fazendo você se viciar
– Mexe com a percepção e a emoção de quem está vendo
– Dá vontade de pegar um avião e ir passar as férias em Montauk
– É bem erótica
– Diálogos muito interessantes, daqueles que você se sente mais inteligente depois de assistr 😉
– Tem no Netflix!

3) Fargo (2014-)

  • 3 temporadas
  • 39 prêmios e 128 indicações
  • Cerca de 1,5 milhão de espectadores por episódio. A segunda temporada teve aproximadamente 35% menos audiência que a primeira.
FARGO — Pictured: Martin Freeman as Lester Nygaard — CR. Matthias Clamer/FX

Considerando a qualidade de Fargo, reconhecida por tantos jurados pelo mundo, a audiência está aquém do esperado. A obra de ação, humor e thriller pode ser considerada minissérie porque suas temporadas não têm relação entre si. São histórias independentes com cenários (cidades pequenas do Minnesota e Dakota do Norte) e temática (violência extrema) em comum, com alguns crossovers. O elenco também é renovado a cada temporada.

A 1ª temporada de Fargo é a mais inspirada no filme de mesmo nome dos irmãos Coen. Um homem pacato, interpretado por Martin Freeman (Bilbo Bolseiro para os íntimos), mata impulsivamente a esposa durante uma discussão. Ele acaba se envolvendo com um gângster para acobertar o crime e aí a sangrenta trama se desenrola. A 2ª temporada nos leva até 1979, quando uma desavisada mulher (Kirsten Dunst, a eterna Mary Jane) atropela e mata um membro da máfia. Ela e o marido passam então a fugir do grupo. A 3ª temporada volta aos dias atuais.  A disputa entre irmãos – ambos interpretados por Ewan McGregor – é o pano de fundo para mais assassinatos e esquemas. Um dos irmãos se envolve com o agiota russo V.M. Varga (ninguém menos que David Thewllis, o Professor Lupin), que está assutador no papel.

Pontos positivos:
– Diversão garantida
– Cenas de ação que não devem em nada a grandes filmes do gênero
– Personagens badass
– Roteiro sempre te surpreende
– No estilo Game of Thrones: seu personagem preferido pode morrer a qualquer momento

4) Mr. Robot (2015-)

  • 2 temporadas
  • 20 prêmios e 43 indicações
  • Cerca de 1,2 milhão de espectadores por episódio.

[Imagem]

Para entender Mr. Robot, temos que entrar na cabeça de Elliot, o programador-hacker protagonista. Tudo se passa na visão do personagem, que trabalha em uma firma de segurança em TI e parece ter uma vida dupla. Elliot é o mestre do stalker e adora bisbilhotar os dados alheios. Apesar de saber tudo que as pessoas colocam na rede, ele não se relaciona muito bem com elas na vida real, o que faria dele um típico nerd. Acontece que o gênio está mais para perturbado, quiçá esquizofrênico, do que nerd. Não é por acaso que seu intérprete, Rami Malek, seja tão premiado.

Logo nos primeiros episódios, Elliot  é recrutado por Mr. Robot para trabalhar em uma organização que, em princípio, serve para roubar dinheiro de empresas ricas e redistrubuir para pessoas menos favorecidas. Isso é só o início, porque a série é toda mutcho louca! Se torna difícil entender o que é verdade e o que só acontece na cabeça do Elliot. Mr. Robot é um drama com toques de thriller, lembra um pouco Matrix e Uma Mente Brilhante. A série requer atenção o tempo todo do espectador, se você perde algum detalhe ou diálogo pode não entender algum evento futuro.

Pontos positivos:
– Faz você se sentir esperto por estar manjando das tecnologias
– A qualidade técnica da série é excepcional
– Rami Malek é tão bom ator que você não o reconhece quando ele concede entrevistas
–  Você fica pensando em todo o poder que teria se soubesse mexer com TI

5) Transparent (2014-)

  • 4 temporadas
  • 48 prêmios e 82 indicações
  • Aproximadamente 1 milhão de espectadores por episódio

Transparent é a história de uma família judia cujo patriarca se assume transexual e informa que a partir de hoje se chama Maura e não mais Mort. Considerando essa sinopse, a série tinha tudo para descambar para o lado da comédia grotesca. Não é o caso. O espectador é convidado a entrar na vida dos Pfefferman. São três filhos adultos: uma tem problemas com o marido, outra com drogas e o filho parece não ter superado um amor proibido do passado. A ex-mulher é daquelas de personalidade forte.

A mudança na vida do pai gera flashbacks que mostram que na realidade ele sempre foi Maura usando a máscara de Mort. A gente tem também a oportunidade de conhecer como a mudança de gênero afeta cada um dos membros da família, sem romantizar muito, num caminho difícil para o autodescobrimento. O mais legal de tudo é que a série é baseada em fatos reais. A criadora da série, Jill Soloway, conta a história de seu pai de forma delicada e bem-humorada.

Pontos positivos:
– Se você quer saber mais sobre transfobia, esta série é para voc
– Te faz pensar sobre quem você é, realmente
– Você percebe que sua própria família também tem histórias malucas
– Faz críticas sociais sem apontar dedos
– Fala sobre amor e respeito

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