“Ai, mas eu só gosto de boy lixo”. “Ah, mas ela é gente boa, só tá confusa”. “Eu tenho certeza que ele me ama e que só precisa de um tempo pra terminar com ela”. “Ele não faz isso por mal, é o jeito dele”. “Ela se preocupa comigo e com as minhas amizades, só por isso que ela não curte que eu fique mais tempo com o pessoal”.
Se você se identificou com alguma dessas frases, você sabe muito bem do que eu tô falando. A maioria de nós tenta arrumar disfarces pra certos comportamentos nocivos que nossos amados apresentam. Sei que nunca é fácil perceber o que está acontecendo quando estamos emocionalmente envolvidos na situação. Quando a gente ama, gosta, é apaixonado de um jeito que até cega. De um jeito que permite que o outro destrua pouco a pouco as nossas vidas.
Há um tempinho atrás, eu tive um relacionamento que parecia estar ok. A gente se gostava, mas rolava uma cobrança pra eu parar de me vestir do jeito que eu me vestia. Depois vieram os “conselhos” alimentares. Depois o boicote aos meus amigos. Depois os sumiços e aparições de outras pessoas no meio da relação. Depois o descaso óbvio que eu demorei tempo pra caramba pra perceber.
Infelizmente, gente demais vai passar pela nossa vida tentando arrancar nossas roupas do varal. Gente que vai tentar mudar cada pedacinho nosso pro seu bem próprio. Gente que vai mentir sobre o que sente – quando não sente – porque não gosta de ficar sozinho na carência. Gente que vai até o último fio de cabelo tentando nos depenar se nós permitirmos.
Também sei que não é mole cortar a influência do outro, mas pensa comigo: muita gente vai passar pela sua vida, muita gente já passou. A única pessoa que ficou foi você. E pasme: vai ser sempre você quem vai ficar. Ninguém além de você se importa com as marcas que ficam no seu corpo, com o estado da sua cabeça, com a sua alma vacilante depois que alguma destruição ocorre. Pensar que “a gente escolhe o amor que a gente acha que merece” talvez seja o primeiro passo pra entender por que essas pessoas entram nas nossas vidas. Porque elas encontram portas abertas, algumas escancaradas, prontas para serem devastadas. Nada é fácil, mas cuidar bem de nós mesmos é uma excelente forma para conseguir perceber quando alguém não cuida.
O lado bom disso tudo é que passa. Depois que a gente reconhece este tipo de pessoa, fica cada vez mais difícil de deixá-la entrar. Fica cada vez mais difícil de alguém abalar esse amor todo que nós sentimos por nós mesmos. Quer uma boa ideia? Comece a pensar em todos os amores, por mais fortes que tivessem sido, e como eles faziam você se sentir. Isso vai te dar uma visão tão clara sobre o tipo de relação que já teve, que você vai entender que amor não é sobre intensidade, mas sobre fazer bem pra gente. Amor mesmo é aquele que traz paz, não destruição. E por pior que o cenário possa parecer, lembre: ninguém morre de amor. Nunca morreu.
Sempre é tempo de dar uma guinada (pra melhor) na vida. Sempre.
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