Mulher-Maravilha não é mais um filme de super-heróis. É mais um passo para a revolução na cultura pop.
O longa estreou faz alguns dias, batendo recorde de audiência, vem recebendo uma série de críticas positivas e com sentido. “Um filme da DC tão bom que parece coisa da Marvel”, dizem muitas pessoas por aí. Não que os filmes da marvel estejam lá maravilhosos, mas vamos combinar que os filmes de super-heróis da DC têm sido bem meia boca e que quem salvou Batman e Superman do fiasco foi a Mulher-Maravilha.
Mulher-Maravilha é um filme necessário para a cultura de massa, não só pela direção de Patty Jenkins (do premiado “Monster” com Charlize Theron e Christina Ricci). Mas pelo buzz que ele vem causando nas redes sociais.
Se você é um cinéfilo pode ser que você entre no cinema e não saia tão surpreso de lá. Afinal de conta o filme não deixa de ser um blockbuster. Mas olha, que blockbuster. E a gente vai te contar o porquê.
A personagem é muito carismática
E o roteiro te conduz pra isso. Diferente de algumas versões da história, em que a Mulher-Maravilha é retratada como uma personagem extremamente série e guerreira, a versão em cartaz te mostra várias facetas da heroína. Diana Prince é retratada desde a infância e alguns elos afetivos, com familiares, amigos e um romance são essenciais pra entender sua personalidade. E Gal Gadot convence no papel da heroína. Que consegue ser engraçada, espontânea e até um pouco ingênua, já que a história do filme conta como Diana saiu da ilha de Themyscira para ajudar a humanidade na Primeira Guerra Mundial.
O foco do filme não é no romance
Pode parecer uma afirmação óbvia quando você fala sobre filmes de super-heróis. Nenhum romance é tão marcante que oculte as batalhas do personagem principal. Mas quando se trata de filmes com personagens principais femininas. Não focar no romance é uma vitória. Hoje a cena está mudando, mas é só olhar pra trás e lembrar da sua infância e adolescência. A grande maioria dos blockbuster com mulheres protagonistas eram comédias românticas ou filmes de princesas da Disney.
Mulheres fodonas
Nem só de Diana Prince vive o filme da Mulher-Maravilha. O filme é repleto de mulheres incríveis, a começar pela própria mãe da Diana, Hipólita, rainha das Amazonas. Aliás, há um núcleo inteiro delas. E dentre as amazonas se destaca Robin Wright que interpreta Claire Underwood em House of Cards. A escolha não pode ter sido por acaso, Robin é ativista do feminismo e luta por igualdade salariais. E vê-la lutando ali do ladinho da Mulher-Maravilha é inspirador. Além delas há também uma das vilãs do filme, a Doutora Veneno que é apresentada como uma das maiores químicas do mundo!
Como sobreviver a um mundo masculino
Mesmo com uma série de personagens femininas fortes, o Diana precisa bater de frente o tempo inteiro com uma humanidade masculina. Seja entrando num front de batalha composto exclusivamente por homens, expondo suas ideias para generais do exército ou mesmo argumentando que ela pode usar a roupa que quiser.
Sua guerra pessoal
Por esses motivos, a personagem e sua história geram empatia e tornam uma narrativa de guerra mais leve. É possível se enxergam na Mulher-Maravilha e nos conflitos apresentados e transpor as dificuldades, desejos, angustias, medos e vitórias para nossas guerras pessoais e cotidianas como mulheres. Sejam elas dentro do trabalho, com a família, no meio acadêmico ou na nossa luta pessoal e coletiva contra o machismo que sofremos diariamente.