O Gorillaz voltou, tão bom quanto antes


 
Depois de hiato que durou de 2010 até hoje, o Gorillaz voltou. Há quem diga que diferente do que era há 10 anos. Mas certamente, a banda retornou muito mais madura do que em seus primeiro álbuns.

A banda “virtual”, criada por Damon Albarn (do Blur) e por Jamie Hewlett, marcou uma geração de adolescentes dos anos 2000 com uma sonoridade até então única, que misturava rock, eletrônica e hip hop. Alguns chamam do som da banda inglesa de trip rock, mas a verdade é que enquadrar o Gorillaz a um estilo musical é tarefa difícil até hoje.

Lançado no dia 28 de abril, o novo álbum, “Humanz” é mais “trip” do que “rock” e traz e uma série de parcerias brilhantes, como Grace Jones na faixa “Charger” e D.R.AM em “Andromeda”, que tem uma pegada mais pop e uma batida envolvente.

“Andromeda” foi lançada um pouco antes do lançamento oficial do álbum, no dia 23 de março, junto com mais 3 outras músicas da banda. Entre elas, a também excelente “Saturnz Barz”, feita em parceria com o Popcaan. O músico traz uma influência do RAP pro álbum, que lembra os tempos da já clássica “Clint Eastwood”. Mavis Staples, De La Soul, Pusha T, Vince Staples, Jehnny Beth são alguns dos outros nomes envolvidos no álbum. “Humanz” mal chegou no Spotify e algumas faixas já contabilizam milhões de streams.

“Humanz” surgiu depois de um hiato longo da banda, causado por um atrito na relação dos integrantes. Segundo Hewlett, “O Damon é um artista. É um dos poucos artistas verdadeiros que conheço, mas isso significa que pode ser um pouco louco e um pouco difícil e o mesmo se passa comigo”. Depois de anos de convívio constante é comum que criação comece a ficar saturada. Mas nesse caso, dar um tempo no relacionamento não poderia ter sido mais produtivo.

Gorillaz Humanz

O álbum, que começou a ser gravado em setembro de 2015 e foi gerado sem pressa. Os vídeos lançados até agora tem um teor político inegável e uma atmosfera sombria de mundos pós-apocalípticos. Nada mais justo para os tempos em que vivemos, né?

Um manifesto contra a eleição de Donald Trump? Não explicitamente. O álbum foi editado no último mês, às pressas, um dia antes do 100 dia de governo de Trump e rumores de que foi feito pra amenizar a crítica ao presidente americano. “Como se sentiriam nessa noite? Vamos fazer um álbum festivo sobre o mundo ter ensandecido” declarou Albarn.
Todas as 26 faixas do álbum estão disponíveis no Spotify, ouça sem moderação e uma dica, com o shuffle desligado, já que algumas músicas tem introduções próprias.

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