O fantástico mundo dos livros de blogueiros e youtubers


Nunca fiz parte do mercado editorial. Eu, aqui do meu mundo da escrita em blogs e sites, não fazia ideia do que havia por trás do processo de lançar um livro – desde sua concepção aos eventos de lançamentos e relações públicas que envolvem a atividade. A única coisa da qual tinha certeza era o fato de que sempre amei escrever e sempre tive o sonho de publicar um livro.

Dito e feito. Em 2014, a Editora Planeta me convidou a lançar um livro este ano por seu selo. E lá estava eu no “Hall dos Blogueiros Que Deram Certo”, como já ouvi falarem por aí. No meio disso tudo, as críticas: “mais um livro de blogueiro sendo lançado?” ou “eu é que não compro livro de gente da internet”, e ainda um “essa gente nem sabe escrever”.

Vejam o mundo editorial de dois anos pra cá. O universo, que antes era dominado por escritores já conhecidos do grande público ou descobertas pontuais, abre espaço pra que pessoas que criaram e cultivaram seus públicos na internet tenham espaço também fora dela. Bruna Vieira, do blog Depois dos Quinze, leva multidões aos seus lançamentos e seus livros figuram sempre nas listas dos mais vendidos no país. Isabela Freitas, autora de “Não se apega, não” vendeu suas “básicas” 350 mil cópias do livro que é considerado um fenômeno editorial no país. Atualmente, nomes como Kéfera e Christian Figueiredo, dois youtubers conhecidos do grande público, arrastaram milhares de pessoas para a Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

E o que isso significa? Que eles têm público? Sim. Que o mercado editorial só estaria interessado neles por conta da parte comercial pela garantia de vendas? Não. O buraco é muito mais embaixo. Hoje em dia, no Brasil, temos um público bem carente de leitura. Hábitos de leitura são pouco influenciados, principalmente nas classes mais baixas que sofrem com a precariedade da educação. Além disso, com o advento da internet, o interesse por livros físicos – dizem – tem caído bastante em idades menores de adolescentes. E esses nomes da internet, com seu trabalho, têm levado multidões a livrarias. Gente que, talvez, nunca tivesse se interessado por livros e que começou a gostar deles. Gente que achava o passatempo da leitura chato, mas que teve seu pontapé inicial pra conhecer o maravilhoso mundo da literatura.

Antes de entrar em méritos literários, das narrativas a construções “aprofundadas” de enredo, as pessoas precisam entender que nem toda obra literária tem a pretensão de ser o novo Saramago da literatura. Livros foram feitos pra contar histórias, cada uma delas comunicando algo que possa cativar o leitor e oferecer a ele algo – de informação à catarse, fica por conta dele. Se você não gosta de um livro e muitas outras pessoas gostam, adote a ideia de que o livro não foi feito pra você e que você não é o público. É uma forma de abrir a nossa mente e eliminar o preconceito que existe com literatura vinda da internet. Eu adorava Crepúsculo quando era mais novo. Hoje em dia, não acho nada atrativa a história dos livros. Faz parte.

Admiro o sucesso que a nossa geração de blogueiros e youtubers têm feito no mundo editorial. Isso dá esperança pra pessoas que têm o mesmo sonho se espelharem na possibilidade de ver seus projetos, que são difundidos pelas redes sociais, virando livros. Não é fácil. Não vou mentir pra vocês que seja. Eu mesmo acabei de lançar um livro depois de 5 anos de blog e nem sei o que me espera nesse mundo e nem pretendo ser um “fenômeno editorial”. Mas fico feliz em ver, principalmente, os leitores mais novos sendo apresentados ao mundo dos livros físicos por conta da internet.


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