Tudo o que não te contaram sobre o Tomorrowland Brasil 2015


Brasileiro (eu incluso) tem um mania incrível de zoar todo e qualquer evento gringo que tenha uma edição nacional. Eu até entendo a parte em que falam sobre estrutura e sinalização – coisa que tem que melhorar muito em alguns festivais que acontecem por aqui -, mas não entendo quem reclama do “tipo de gente” que vai pros tais festivais. Se é hipster cool, é forçação de barra; se é desleixado, é “zé mané”; se tá muito arrumado, logo perguntam se a fia ou o fio foram pro SPFW ao invés do festival.

O que o brasileiro não entende, acho, é que o formato do festival pode ser exatamente igual ao original da gringa, mas ele nunca vai incorporar os mesmos aspectos por um simples motivos: a nossa cultura é completamente diferente, por mais que a gente consuma os mesmos artistas e tipo de entretenimento. Nossa forma de reagir à música, às possibilidades de fantasia, aos espaços de diversão são diferentes. E é isso que enriquece a experiência. Ou você acha que os artistas gringos exaltam a liberdade e empolgação brasileira só pra puxar saco? Nada. Vi isso no Tomorrowland Brasil.

 

Sunset n’ madness #TomorrowlandBrasil #Tomorrowland #BovoNoTML #gratidao

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Muita gente (muita mesmo) criticou o evento antes dele acontecer. Primeiro porque aconteceria numa cidade vizinha a São Paulo, no meio do nada, diferente de eventos de grande porte como o Rock in Rio e Lollapalooza Brasil. Segundo porque criticavam o pagamento de valores altos de entrada e consumo para um evento de música eletrônica, aspecto esse que precede de um julgamento velado e muitas vezes preconceituoso sobre o gênero musical e seus entusiastas. Eu mesmo achava um porre ir pra festa “bate-estaca” há alguns anos, até finalmente ir em uma festa com uma produção bacana e entender a magia por trás desse tipo de evento.

Welcome to Paradise #TomorrowlandBrasil #BovoNoTML Uma foto publicada por Daniel Bovolento (@danielbovolento) em

Acompanhei os 3 dias de Tomorrowland Brasil. Andei pra caramba, ouvi sintetizadores, batidas, músicas conhecidas e coisas que nunca ouvi na vida. Vi gente de todo tipo e nacionalidade que nem parecia se importar com o fato de não ter vindo do mesmo lugar, de tão plural que a massa parecia. Eis um ponto de divergência do TML pra outros festivais: as pessoas eram completamente diferentes umas das outras e ainda assim se divertiam em uníssono. A produção dos palcos, das personagens, dos espaços e das surpresas era incrível, uma das coisas mais bonitas que eu já vi. Era tudo muito grande e um pouco mal sinalizado (não encontrei os nomes dos palcos e acabei perdendo alguns shows), mas isso me fez descobrir algumas áreas (como a piscina) que eu não teria descoberto se não tivesse andado pelo lugar.

É um festival de #edm, mas tava tocando Beyoncé aqui no #tomorrowlandbrasil ¯_(ツ)_/¯

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fim do segundo dia de #tomorrowlandbrasil ♡ Uma foto publicada por Daniel Bovolento (@danielbovolento) em

Os preços eram exorbitantes. Com a moeda própria do local, um sanduíche poderia custar até R$ 30 e você acabaria pagando porque precisava comer, não é? Acho que esse foi o ponto mais crítico do TML pra quem foi: pagar os altos valores dos Tokens (cada um custando por volta de R$ 5,50).

O melhor DJ do mundo tá aqui na minha frente That’s @hardwell! #tomorrowlandbrasil #fusionnotml #bovonotml

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Algumas músicas foram mais tocadas que outras e toda hora eu me perguntava se aquela música já não tinha sido tocada (nada que estragasse a experiência, até fiz uma lista no fim do texto com as 5 mais tocadas) e pude ver alguns dos maiores DJs do mundo bem na minha frente do Stand de Fusion. Também dei um pulo no stand de Absolut, que tava fazendo uma intervenção por dia de evento com criaturas fantásticas da marca, fantasiadas em azul e branco, que andavam pelo palco perto do Stand, bem bacana. Aliás, também pude reparar em como a galera não ligava pro modo como você dançava, pulava, se vestia, se divertia. Todo mundo ali só tinha ido com a intenção de curtir os artistas e tinha variação de EDM pra quem quisesse ouvir, desde artistas nacionais a grandes nomes do eletrônico internacional.

Tá acabando #tomorrowlandbrasil

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O @nickyromero arrebenta! (Foto por @brunoernica) #tomorrowlandbrasil #feellikeadj #fusionnotml Uma foto publicada por Daniel Bovolento (@danielbovolento) em

O que ninguém conta sobre o TML é que a produção acertou em cheio em (quase) tudo. A história contada, os artistas, os shows, o espaço: tudo cooperava com a aura para que você se sentisse realmente na Terra do Amanhã, onde o que é surreal pode acontecer bem do seu lado e seus sonhos se materializam bem na sua frente. O curioso é que eu pareço ter vivido um mundo à parte durante 3 dias, e voltar pra vida real é bem estranho depois de tudo aquilo. A Terra do Amanhã celebra coisas que nunca vão acontecer, embora tenham acontecido. E a gente escreve num livro um novo capítulo da história de um mundo que está bem na nossa frente, mas continua sendo inalcançável. É por isso que a gente deixa a realidade pra fora do portão e mergulha nessa experiência como se fosse acontecer apenas uma vez na vida.

Agora o sonho é ir pro festival original na Bélgica e, certamente, pra próxima edição que acontece em abril de 2016 aqui no Brasil. Te vejo por lá? 😀

As 5 músicas mais tocadas no Tomorrowland Brasil

Alesso – Heroes

Ellie Goulding – Outside

Magic! – Rude

Calvin Harris – Blame

Ingrosso – Reload

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Hey! Eu finalmente criei um canal no Youtube e ficaria muuuito feliz se você fosse lá conferir os primeiros vídeos. Só clicar aqui. Aproveita e já se inscreve no canal porque tem muita coisa legal vindo por aí!

bovonew

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