A culpa é do maldito timing


[Você pode ler este texto ao som de It’s time (ba dum tss)]

Nem sorte, nem destino. Eu costumo dizer que um bom relacionamento (ou uma boa aventura amorosa) nasce de uma combinação infalível de fatores múltiplos, quase que uma equação de segundo grau com algumas incógnitas. Dedico meu tempo pra falar disso porque acho importante a gente pensar que existem fatores mais fortes (pra bem e pra mal) que influenciam nisso: compatibilidade, sorte, atração, paixão, amor, proximidade, afinidade, outras coisas e o maldito timing.

Minha indignação com o timing surgiu há pouco mais de dois meses. A situação tava ótima, a saúde tava em dia, até a dieta de segunda-feira eu tinha começado. Ganhei um jogo novo da FIFA e o GTA V nunca foi tão jogado assim em toda a história pós-compra do meu vídeo game. Cachorro tava alimentado, as plantas estavam regadas, a casa em dia. Esbarrei com ela no supermercado e acabamos na seção de laticínios trocando telefone. Dois dias depois, um encontro bem sucedido num restaurante ruim no meio da cidade. Ela gostava de umas coisas estranhas, mas tinha um certo interesse bonito nisso. E me ouvia. Ouvia bastante. Uma semana depois, quase no Natal, desliguei meu telefone. Passei a não usar mais as mensagens com tanta frequência e deixei aquela possibilidade de paixão a dois morrendo no frigobar. Desinteresse? Nah, era timing.

O timing define o momento de alguém. É a situação específica que determina o que você quer e pra quais possibilidades você está aberto. É quase tão importante quanto a atração e o sentimento duma relação, mas ele pode colocar todos os outros em risco mesmo que estejam balanceados. E não adianta forçar a barra porque timing não é adestrado, assim como as tuas emoções também não são. Geralmente é uma pena. Uma pena que aconteça tanto e seja tão ou quase pior que a Lei de Murphy. Antes esquecer o guarda-chuva em casa do que perder uma possibilidade de relacionamento por apatia, minha gente, vocês não acham?

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Sempre, ou quase sempre, é do timing que a gente foge ou corre atrás. Ele é o elemento despercebido que altera totalmente a balança. Sabe aquela história de pessoa certa na hora errada ou vice-versa? Então, maldito timing. Eu e muita gente já fomos vítimas dele. Quem nunca aceitou outra pessoa marromenos por carência e quem nunca dispensou a tal suposta pessoa da tua vida só porque tava a fim de ficar sozinho? Sempre acontece!

O lado bom disso tudo é que a justificativa fica mais clara a partir do momento em que a gente começa a amadurecer o pensamento de que só amor não basta numa relação. Nem amor, nem paixão, nem só disponibilidade. Tudo converge pra uma mistura confusa que ninguém conseguiu determinar ainda, até porque relacionamentos tem seu quê de humanas, seu quê de exatas, seu grande quê de área confusas e um pouco mais. Então quando aquele seu amigo (ou amiga) disser que você joga fora oportunidades que aparecem na vida, conta pra ele que existe um reloginho interno, malcriado que só, que se chama timing e te impede de fazer algumas coisas nas horas certas. Ele trabalha com horário de verão e também identifica períodos sazonais. É uma merda, mas não dá pra regular, vem em modo automático. Explica também que amor ou paixão ou atração ou força de vontade (que seja) não sustentam sozinhos relações humanas nem motivam a naturalidade de um encontro. Aproveita e entoa a reclamação: maldito timing!

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