4 dicas pra retomar um relacionamento que já acabou


No “Diz Aê” dessa semana…

Recebi da leitora S. A.:

“Terminei há dois meses um namoro de um ano. Meu namoro teve muitas falhas, deixamos de viver nossas próprias vidas pra viver apenas a do outro. Ele demonstrava me amar incondicionalmente e eu nem sempre demonstrava dar valor. Ele omitia e mentia sobre coisas superficiais que acabavam me deixando bem irritada. E a relação foi se desgastando por esses motivos…

Perto de completarmos um ano, tivemos uma briga feia por um motivo bobo, e a partir de então ele se afastou cada vez mais. Chegamos num ponto em que a relação só existia na teoria. Foi quando eu optei por dizer as “palavras finais”. Não dava pra continuar daquele jeito.

Passamos duas semanas sem nos falar. Mas depois disso voltamos a nos aproximar aos poucos. Geralmente porque eu ia atrás, ou melhor dizendo, porque eu desistia de ir atrás.
Era aquele típico dilema de “homem gosta de ser pisado”. Eu não queria pisar, mas foi a maneira que encontrei de ter a atenção dele.

Eu já me sentia confusa com a forma com a qual estávamos nos relacionando, e essa confusão só piorou desde que ele parou com essa de “só te dou atenção quando você diz que não quer mais” e voltou a agir comigo sendo o cara por quem eu me apaixonei.

E é assim que estamos hoje: conversamos quase diariamente, exceto quando brigamos por ciúmes ou qualquer coisa assim. Ele me dá satisfação da vida dele, conversa comigo e me trata como me tratava quando namorávamos. Nos chamamos de amor e por aí vai…
Nos vimos três ou quatro vezes desde que terminamos, e sobre a parte “mais carnal” ele não demonstra interesse nenhum. Mas quando tento colocar ele na parede, ele não diz nem que sim, nem que não… Fico totalmente sem saber o que pensar.”

E daí eu digo aqui:

1)     Relacionamento nenhum é abdicar da própria vida.

Relacionamento foi feito pra que duas pessoas exerçam a convivência e compartilhem suas vidas individuais numa criação bacana no dia a dia. A descoberta da interseção dos dois mundos e dos mundos além dos que os dois estão habituados é que faz a coisa toda girar. A gente já listou 8 erros óbvios que as pessoas cometem em relacionamentos e esse é um deles: achar que a vida do casal é a única vida possível pra ambos.

Se você deixa de fazer coisas que fazia antes, de cultivar laços que tinha com o mundo, você acaba perdendo sua identidade e para de agregar coisas novas ao relacionamento. E o que acontece quando se vive de velhas novidades? Bingo! Decepção. É o cenário perfeito pra rotina pegar os dois de jeito, quando as coisas não saem do comum e é sempre mais do mesmo. Mesmos lugares, mesmos filmes, mesmos assuntos, mesmos amigos. Tirando que relacionamentos assim geralmente são ciumentos e não admitem que novas pessoas sejam inseridas no cotidiano particular de cada um. Viver a vida do outro e abdicar da sua é a receita de bolo mais certa pro fracasso numa vida a dois.

2)     Desgaste emocional chega sempre quando a gente “enjoa” da velha novidade.

Quanto mais brigas motivadas por motivos cada vez mais bobos, maior o desgaste emocional. Os dois começam a considerar ofensivo e irritante qualquer coisa comum que o outro faça no dia a dia. Isso é consequência (também) do isolamento da vida a dois comunicado anteriormente pela leitora. Outro erro grande é achar que as coisas vão ser exatamente iguais ao início quando você acabou de conhecer/se apaixonar pela pessoa. É preciso maturidade pra reconhecer que o comportamento e tudo mais vai se adaptando e muda um pouco, que nem tudo será vibrante e animador como era no começo e que aceitar as manias irritantes do outro faz parte do balanceamento da equação que define se vale a pena ou não ficar junto. Se o lado bom for melhor que o ruim, é porque você ainda cultiva um sentimento bom de afeto pelo outro. Caso contrário, o desgaste do dia a dia vai levar ao término evidente.

3)     Se ainda há problemas a serem resolvidos, a volta deve ser evitada.

A gente explica: se duas pessoas terminaram por conta de um problema Y, passaram tempo longe um do outro e descobriram que se amam e que querem voltar, mas o problema Y continua ali… Qual a chance de que o problema Y volte a atormentar/incomodar a relação provocando um novo término? Muitas.

Por isso é necessário rever quais problemas foram as razões pro término e, se há chances de volta, solucionar esses problemas com muito diálogo (ou acompanhamento psicológico – a gente nunca sabe com quem tá lidando, né?!). O desgaste emocional pode ser curado, nesse caso, se ambos aceitarem suas partes de erro e entrarem num acordo de reparação – que não seja da boca pra fora. Caso contrário, os problemas vão continuar sendo fantasmas que incomodam durante a noite.

4)     Retomar uma vida a dois requer esforço, afeto e compromisso.

A leitora diz que o tratamento e comportamento do namoro foi retomado mesmo sem status atualizado. O carinho dos dois continua ali, mas parece que não há mais dedicação e compromisso pra retomar o relacionamento.

O que me parece é que ambos vivem numa daquelas saudades gostosas que nunca se acabam porque o outro tá sempre ali disponível. Ou que caíram num daqueles casos em que é necessário reconhecer que existe amor, sim. Foi amor tudo o que viveram. Mas que a relação em si acabou. A maturidade de reconhecer que um relacionamento é voluntário e isso implica em ações voluntárias (como dedicação, compromisso, esforço, tentativa e outros) é necessária pra passar por cima do mito de que o amor consegue sustentar sozinho duas vidas compartilhadas.

Conclusão: Ao que me parece, o guri não se sente disponível pra travar a batalha das ações voluntárias e tentar de novo. Uma conversa franca resolveria a questão e daí depende do acordo entre as partes sobre tentar de novo (revendo tudo o que foi falado acima) ou não.

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Seu nome não vai ser divulgado e você ainda vai poder ver que muitas outras pessoas estão passando pelo mesmo que você. E a gente promete que tenta ajudar. 😉

 

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