Filmes são uma forma de retratar ou distorcer a vida pra que a gente acompanhe nas telas representações de quem nós somos. Tanto a fantasia quando um documentário são capazes de mexer com a nossa cabecinha e fazer com que a pessoa que entrou no cinema saia balançada e cheia de ideias na cabeça – ideias essas que nem sempre são felizes, mas transformadoras na maioria das vezes.
É por isso que eu selecionei quatro frases de filmes que eu amo e que me balançaram demais depois que vi suas respectivas cenas. Cada uma delas traz uma verdade sobre a vida que, depois de muito matutar, acabaram me ajudando a ter uma outra visão sobre as coisas. Bora lá?
1) Her
“Eu acho que qualquer um que se apaixona é uma aberração. É uma coisa louca. É uma forma de loucura socialmente aceitável.”
Her é um daqueles filmes que terminam com um som oco enquanto a sua mente continua processando tudo o que aconteceu. Se a gente parar pra pensar bem nessa frase destacada, é a mais pura verdade. Quando nos apaixonamos, a nossa inteligência racional perde um pouco pro lado emotivo da coisa. Nós passamos a sentir coisas estranhas na cabeça e nossas emoções ficam um pouco confusas, mas ainda assim, nós achamos muito bonita essa loucura toda. Somos estranhos, né?
2) As vantagens de ser invisível
“Então, eu acho que somos quem somos por várias razões. E talvez nunca conheçamos a maior parte delas. Mas mesmo que não tenhamos o poder de escolher quem vamos ser, ainda podemos escolher aonde iremos a partir daqui. Ainda podemos fazer coisas. E podemos tentar ficar bem com elas.”
Entender quem somos é um processo complicado. Somos o resultado de tudo o que já aconteceu na nossa vida, somos aquilo que nossas escolhas nos levaram a ser. E acho que a gente perde tempo demais tentando decifrar do que somos feitos quando, na verdade, a grande questão é o que nós estamos fazendo com o que somos e para onde isso tudo vai nos levar. Filosófico, né? Mas é bem vida real. Temos que deslocar nossas preocupações para os lugares certos, caso contrário, ficaremos andando em círculos sem nunca sair do mesmo lugar.
3) Precisamos falar sobre o Kevin
“Evitar relacionamentos por medo da perda é evitar a vida.”
Esse filme é muito pesado, mas explora de forma tensa e poética as conturbadas relações entre pais e filhos, entre sonhos e o que a vida fez com o que sonhamos. Nesse trecho destacado, a ideia de que nós evitamos relacionamentos por meio da perda é o mesmo que não viver foi algo que me faz pensar muito. Evitar os acontecimentos da vida não é o mesmo que não deixar de viver? Porque não é como se substituíssemos os acontecimentos, nós só não permitimos que eles aconteçam. Não é só uma questão de medo – que muita gente prefere não viver por traumas ou experiências passadas que foram negativas -, mas uma questão de anular tudo o que podemos aprender para evoluir nessa vida. O medo, assim como outros sentimentos, servem para limitar nossas experiências, mas nunca devem ser vistos como anuladores delas.
4) Medianeras
“A internet me traz pra mais perto do mundo, mas me afasta da vida.”
Esse tapão na cara foi bem certeiro comigo. Passo quase o dia inteiro com a cara enfiada numa tela, falando com amigos, fazendo conexões com o mundo, mas quando desligo, estou deitado de pijamas na minha cama com o sentimento de solidão. Parece que não sabemos como aproveitar a internet para reforçar laços, nós a utilizamos para substituí-los. Passamos a ser pessoas mais reclusas que atuam por trás de personas ou perfis que não exatamente a gente, sabe? É como um “second life” da vida real. Enquanto conectados, estamos no mundo. Desconectados, somos só pessoas solitárias dentro de um cômodo. Pessoas essas que, às vezes, nem viram a luz do sol ou ouviram a voz de alguém real naquele dia. Serve pra gente pensar no que estamos fazendo.
E você, tem alguma frase de filme que tenha te perturbado positivamente para pensar no rumo que a sua vida tá levando? Conta aqui nos comentários!