Desde que anunciaram o novo filme do universo HP, meu coração de fã ficou pequenininho por não saber o que esperar. Por um lado, queria que fizessem todas as conexões possíveis com Harry Potter e suas histórias. Por outro, sabia que não era essa a intenção dos produtores e da J.K. Rowling quando anunciou o filme – e sua continuação de mais 5 filmes. Então, o que esperar?
Não aguentei de ansiedade para esperar as críticas quando vi minha timeline do Facebook explodindo em elogios para o filme. E eu, que nunca fui muito fã do 3D, resolvi ir lá e botar óculos em cima dos meus óculos de grau e aguentar esse pequeno desconforto para assistir ao tão esperado filme.
Você não tem ideia da tremedeira, da ansiedade, da expectativa que tomou conta de mim meia hora antes da sessão começar. Os cartazes no cinema, os espectadores com símbolos do universo HP, a abertura com a fonte igualzinha a da abertura de Harry Potter e aquele tão conhecido mundo bruxo que surgia à frente.
Mas vou dizer uma coisa pra você: se a minha intenção era reconhecer Harry, Voldemort e seus outros personagens icônicos na tela, eu falhei miseravelmente.
O filme se passa numa época em que Grindelwald (você deve se lembrar dele na saga de HP) é o maior bruxo das trevas e assola a Europa, sendo esse o maior link dos universos até então. Novos personagens são apresentados e introduzidos no universo mágico – como uma integrante da família Lestrange. Uma época bem anterior ao aparecimento do Bruxo das Trevas e do Garoto Que Sobreviveu e nos apresenta a Newt Scamander, o conhecido autor de Animais Fantásticos e Onde Habitam – que a gente viu como livro pedagógico nos 7 livros de HP. Ele desembarca com uma mala misteriosa cheia de animais em Nova York, numa época em que estranhos acontecimentos colocam a exposição dos bruxos em risco. Ele acaba – obviamente – por se envolver no problemão que assola o mundo bruxo americano e encontra na ex-aurora Porpentina Golstein o apoio para seguir com sua jornada na cidade. Além disso, dois personagens muito carismáticos se juntam a eles e a animais mágicos nessa jornada.
As criaturas mágicas são fofas demais, gente. Fazem com que o filme tenha seus momentos engraçados, dramáticos e bem produzidos. Você se apaixona por elas, pelo protagonista atrapalhado – que tem um quê de lufano -, pelos personagens secundários, pelos efeitos especiais e direção de arte de época que é aplicada ao filme. Você segue nostálgico ao se lembrar de feitiços, situações e outras coisas que remetem imediatamente ao que a gente viveu quando era mais novo assistindo e lendo HP. Inclusive, esse cross de passado e presente vai te fazer sair das salas de cinema querendo reler os 7 livros, pesquisar sobre algumas situações, identificar pontas que se conectam nas histórias e criar teorias da conspiração que envolvem os filmes que estão por vir. Eu ainda destacaria a presença do Ezra Miller no filme, que é um ator fantástico e não deixa por menos a atuação aqui.
Recomendo demais o filme, que se mostrou uma versão mais adulta do que a saga de HP se propõe a ser. É bonito, é bem feito, é gostoso e desperta a melhor das sensações que um filme poderia nos despertar: a lembrança de um tempo que não volta mais, mas que ainda pode ser explorado com muita diversão, criatividade e magia.