[Você pode ler este texto ao som de I Found a Reason]
Na próxima vez que a gente se ver, vou precisar te fazer uma pergunta. E eu espero que você não se importe, sabe? É por garantia própria.
É pra me precaver dos riscos. É para eu saber onde eu tô me aventurando com um pouquinho mais de segurança.
Quanto?
Quanto tempo a gente ainda vai continuar se falando? Quantas fotos, ligações e encontros a gente vai ter até você desaparecer completamente? Quantas noites a gente vai passar em claro papeando pela madrugada, enquanto eu acho que sei um pouquinho mais sobre você, você sabe um pouquinho muito sobre mim, até um de nós cair no sono com o celular no travesseiro?
Quantas playlists a gente vai trocar até que você não dê mais o play? Quantas músicas a gente vai chamar de “nossas” antes de não suportá-las ouvir mais lembrando um do outro?
Quantos encontros a gente tem, para que eu repare em mais detalhes de você? Eu já anotei muitos deles, tipo aquele jeito que seu cabelo sempre cai na testa enquanto a gente caminha. Ou a forma que você sempre olha para o lado oposto da câmera sempre que tiramos uma foto. E na forma que você sempre molha os lábios quando vai falar. E como você sempre se despede com um “tchau tchau”.
Quantas vezes vou checar minha caixa de e-mail até que todos eles sejam só spans? Quanto tempo vai levar até você voltar a ser um desconhecido?
Você vai se despedir com um “tchau tchau” também, ou vai só desaparecer gradativamente, achando que não to sentindo sua ausência a cada sumiço – que eu também reparo?
Quanto tempo a gente tem até você enjoar de mim?