[Você pode ler este texto ao som de Love Will Set You Free]
Provavelmente você está ocupado e não tem tanto tempo assim agora, eu também não tenho tanto e o pouco que tenho tem sido usado pra pensar em você, coisa que não faz nenhum sentido. Não faz sentido que eu passe algumas horas do meu dia, gaste algumas palavrinhas de conversas com meus amigos pra falar de você, conte algumas histórias engraçadas de como a gente se conheceu há tão pouco tempo e guarde os ingressos do cinema que eu fui contigo. Não faz sentido porque é cedo demais, mas essas coisas têm tempo? Digo, existe um tempo considerável e justo que decrete a permissão de se apaixonar por alguém?
O problema é que a cabeça anda em círculos, dou nós e volto algumas casas no jogo porque, respiro, tenho medo. Um medo enorme, daqueles que não cabem em mim, daqueles que reconhecem imagens antigas e sinais de que estou me apaixonando e não quero, estou me apaixonando e te quero, estou me apaixonando e penso demais, me importo demais com as pequenas coisas, me importo demais com as minhas mãos suando nas tuas durante o filme e não sei se olho pra frente ou te encaro do meu lado chorando e sorrindo, chorando e sorrindo, derramando lágrimas que eu também não seguro de emoção. E no fim do filme era amor. Será que no fim das contas aqui também vai ser?
Aprendi uma coisa horrível nos últimos tempos. Aprendi a não criar expectativa, não criar nada, não pensar no outro como uma sucessão de encontros e risadas e piadas e um monte de coisas que deveriam ser naturalmente. Eu só penso que vai ter uma hora em que você não vai poder, uma hora em que não vai querer mais ver o tal filme comigo, uma hora em que você vai estar dormindo no cinema e não importa a quantidade de maionese que eu ponha no seu hambúrguer, você não vai ligar.
Eu criei um monstro tenebroso com escudos e espadas e teias venenosas que se precipita dentro de mim e começa a tecer uma rede de sentimentos que conflitam, desculpa a franqueza e desculpa também tanta coisa de uma vez, já pensei que eu era louco, hoje em dia eu só acho que sinto demais, que penso demais, que já doeu demais aqui e eu deposito as coisas nas costas e vou levando. Crio sinais e ter te conhecido na esquina da Augusta com um beijo recheado de Nutella é mais do que simbólico, é cheio de ternura e coisas que eu não sabia falar porque tava com a boca cheia e torcendo pra não me desequilibrar, você nota como eu me contorço pra caber em você, mas não precisa, a gente é um do tamanho do outro.
Falo tudo isso e nem espero que você responda, não agora, mas meu coração tá batendo mais forte e eu acho que tô encantado por você e por todas as suas manias que eu ainda não conheci, e por todas as coisas que você faz e eu não faço, por tudo que eu faço e você não faz. E mesmo que você me tire o café da boca e das palavras que eu escrevo sobre você – porque você não bebe -, eu gosto um pouco de você. E tenho medo. Te peço desculpas por te envolver numa comédia romântica que tem gosto de chocolate e começa com beijos de cookies, terminam com beijos de esquimó e com uma vontade imensa de te guardar dentro de mim, como há muito tempo eu não sentia.
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