[Você pode ler este texto ao som de Drowning]
Ele reclama que você não tem tempo pra ele e que ele é apenas um encaixe nas suas programações. Soca cabeça adentro o quanto você é cruel e o deixa sem espaço na sua vida, coitado. Repete tanto isso que você acredita. Daí você se lembra das manhãs de sábado em que ele não podia fazer nada, das noites de sexta que eram dos amigos, das tardes de domingo que sempre foram preenchidas por compromissos com alguém. Sem mencionar a obviedade das desculpas nos dias úteis.
Ele diz que você só pensa em você. Destaca seu egoísmo com marca-páginas enquanto lembra a cada segundo como você deixa a sua vida em primeiro lugar e ele, com sorte, em terceiro ou quarto no seu pódio de prioridades. Repete tanto isso que você acredita. Daí você se lembra dos cafés com ele e seus surtos de intelectualidade, das fotos decorativas em que só ele aparece nas redes sociais, cheias de ego e braços fortes e abdomes definidos e em como tudo o que ele faz é dizer que é melhor que você.
Ele se irrita quando você não está disponível e conhece outras pessoas. Joga na sua cara a forma como você o encara como descartável, como você não deveria sair por aí fazendo novas amizades e continuar a descobrir relações novas. Diz que você é um monstro superficial. Repete tanto isso que você acredita. Daí você se lembra das fotos dele com ex, de como eles continuam se vendo toda semana, de como dormem juntos – e você nunca recebeu um convite sequer para dormir com o gajo.
Pois bem, meu bem, se eu fosse você, eu não me incomodaria. Nem por um segundo. De maneira alguma. Ele é uma cilada. Das grandes. Daquelas que a gente diria pro Bino fugir desesperadamente. No fundo, você até sabe disso. Mas acompanha a incoerência, a inconsistência, a arrogância e outros substantivos que prefiro deixar de fora desse texto para poupar nosso tempo. Você sabe que ele manipula o que você diz, o que você faz, o que você sente, e sempre pinta um desenho de monstro seu.
Homens desse tipo existem aos montes por aí. Existem em proporções absurdas. Eles querem te sugar. Querem que você enlouqueça. Querem que você os venere e se sinta a pior pessoa do mundo. E você até sente. Talvez por isso é que não consegue desgarrar dele. Porque ele se fantasia de salvação enquanto te prega na cruz. Não só em uma, em várias. Esse homem não quer nada com você, não quer viver com você, não quer amar você. Ele só quer se divertir um pouco num jogo cruel que não faz sentido. Portanto, deixe-o ir.
Deixe-o aproveitar o tempo que tem com quem que seja. Deixe-o viver com seu ego inflamado bem longe de você. Deixe-o requentar as histórias que quiser com a ex. Você não precisa fazer parte disso. Mesmo que se sinta sozinha, não é desse homem que você precisa. Pegue um vinho, abra a garrafa e despeje em duas taças. Uma pra você e a outra pra você também. E brinde. Brinde pela sua liberdade. Brinde pela incoerência dele. E descubra quão deliciosa é a sensação de tirar um fardo das costas, da vida e do coração.
–
Hey, o meu livro “Por Onde Andam as Pessoas Interessantes?” está à venda. Se você gostou desse texto, acho que vai gostar muito do livro. Dá uma olhadinha aqui e aproveita pra comprar logo o seu! 😀
Venda na livraria:
Cultura: http://bit.ly/1jMoz1y
Saraiva: http://bit.ly/1FROwaf
Travessa: http://bit.ly/1FROIq1
Aproveita e já se inscreve no meu canal do Youtube porque tem muita coisa legal vindo por aí!
*Para fins de direitos autorais, declaro que as imagens utilizadas neste post não pertencem ao blog. Qualquer problema ou reclamação quanto aos direitos de imagem podem ser feitas diretamente com nosso contato. Atenderemos prontamente.
){kind=link}