Eu te amo e você me ama. Disso ninguém duvida, muito menos eu.
Sobrevivemos à tantas provações desde a época de escola, lembra? Namoro escondido, pais sendo contra, professores nos perseguindo, fofocas, gente dando em cima de ambos e mesmo assim fomos fortes. E eu tenho tanto orgulho de nossa força, de nossa coragem, de termos passado por isso tão cedo e, mesmo assim, termos a maturidade necessária para lidar com todas essas dificuldades.
Lembra da nossa primeira vez? Você e eu tremendo de medo, vergonha, mesmo depois de dois anos de namoro. Foi tudo tão lindo, mesmo com tantas gafes, eu ainda lembro do seu olhar apavorado, mas ao mesmo tempo querendo me deixar tranquila, me passar segurança.
Você sempre me protegeu, mesmo quando estava morrendo de medo. Quando foi conhecer meu pai, que era contra a gente, você foi tão sério e tão seguro de si que vi você evoluir 10 anos em meia hora de sabatina dele tentando “te pegar no pulo”.
A vez que aquela tal Fernandinha veio fazer fofoca de você para mim e eu fiquei super abalada, até que ela foi dar em cima de você e você foi categórico com ela: “Menina, você pode tentar o que for para nos separar. Não vai funcionar porque nós somos ligados desde outras vidas. Pro teu bem: tente encontrar alguém que te goste e seja feliz como eu sou ao lado dela.”
Entramos na faculdade e foi outro momento tenso. Você rodeado de mulheres feitas, lindas e cheias de meios de te conquistar e eu toda insegura, bobona, mal conseguia prestar atenção nas aulas pensando onde e com quem você poderia estar agora. Mas você todo dia ia me buscar e fazia questão de me assegurar de todas as formas que era comigo que você queria estar, ficar para sempre.
Hoje, somos dois adultos. Planos de casamento, filhos, viagens, bens. Tudo como todo casal sempre sonhou, recheado com o amor mais verdadeiro que existe. Mas algo me atormenta:: não vivemos nada fora do “nós dois”. Jamais beijamos outras pessoas, jamais saímos um sem o outro, jamais curtimos a vida antes de decidirmos fechar de vez as portas para outras experiências.
Temos vivido momentos tão automáticos, tão monótonos e eu percebo em você o esforço para não transparecer. Percebo que para você, o mais importante é não me magoar, por isso se corrói em não me dizer o quanto tem sido pesaroso lidar com isso.
Sabe, amor, eu quero te libertar. Eu quero que você saiba que não duvido do seu amor, pelo contrário. Que ver seu esforço em se anular apenas para não me magoar já mostra que seu amor é o mais verdadeiro que alguém poderia experimentar. Mas eu preciso que você se sinta feliz. Comigo, sem mim, seja como for. Ambos precisamos nos sentir felizes como quando começamos. E se para isso é preciso te deixar ir, vá.
Eu também vou desbravar a vida, o mundo e as coisas. Não precisamos nos desligar, não precisamos nos apagar de vez. Saiba que você sempre terá meu colo quando quiser chorar ou decidir voltar. E eu espero contar com o seu.
Mas agora é hora de nos permitirmos. E eu nem estou falando de sair com outras pessoas, de sexo, nada disso. Estou falando de sair com amigos, de conhecer gente, conhecer novas oportunidades, de não ter que avisar a hora que você chegou em casa.
Estou falando de viver o que nunca vivemos, sentir o que nunca sentimos. E, se depois de mais esta prova ainda considerarmos que nosso caminho tem que ser caminhado juntos, meu amor, teremos absoluta certeza de que é para sempre e desde sempre.
Te amo. Comigo ou sem mim.
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