O que só a gente tem


[Você pode ler este texto ao som de Couting]

Vamos passar horas conversando sobre tudo, das coisas mais banais até aquele assunto sério que evito falar pra todo mundo. E no final, depois de boas risadas e algumas lágrimas soltas, você vai dizer “dorme bem, tô aqui”. E eu vou sorrir.

Vamos ser sinceros sempre, sobre qualquer coisa. Todas as perguntas têm resposta, porque a gente sabe que do outro lado não tem julgamento. O melhor? Do outro lado tem a mesma resposta, quase sempre.

Vamos ser cúmplices nos momentos mais impulsivos – aquelas palavras sussurradas já provaram isso. “Fazer primeiro, pensar depois”. Mesmo que o coração resolva bater tão forte que seja impossível esquecer.

Não precisamos nos decifrar.

Não precisamos do mistério.

Não precisamos contar o tempo.

Não precisamos de nenhuma palavra pra entender o pensamento do outro.

Não precisamos sequer do olhar. Só precisamos do toque.

Vamos sempre desejar, procurar, provocar e fugir. Só pra depois voltar, e ter a mesma sensação da primeira vez. Vamos ter sempre a primeira vez.

Vamos lutar contra isso, talvez. Vamos nos ferir, nos curar, recomeçar. Mas sempre com a certeza de que não vamos estar mais sozinhos. Vamos nos divertir negando isso, e depois admitindo isso.

Vamos demorar um bom tempo, mas um dia vamos ter certeza de uma coisa apenas: precisamos disso.

Você entende o que isso faz de nós?

Carol Figueiredo

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