É fácil dizer “não crie expectativas”. Mas isso não existe (na prática).
Já começa quando temos a expectativa de não criar expectativas. Então a melhor saída é lidar com ela, administrá-la, usá-la em favor próprio, de repente.
Mas como?
Esses bichinhos que comem sonhos, roem sentimentos e corroem almas são bem complicados. É mais ou menos como criar uma cobra: dá trabalho, mas é melhor do que fingir que ela não existe e ter que ir dormir rezando para ela não picá-lo.
Na verdade, não existe receita para domar a senhora expectativa, então o melhor é aceitá-la e não levá-la tão à sério assim…
Curtir aquele momento “assistindo o teto do quarto”, que todas nós temos e que passa o filme de nossa vida depois de um encontro maravilhoso é bom demais para simplesmente evitarmos. Querendo ou não, expectativa é aquilo que faz a gente querer mais: conhecer mais, estar mais junto, ter mais borboletas no estômago. Tudo mais.
Curtir cada momento com a pessoa, sentir cada toque, viajar em cada beijo, se entregar a cada abraço, falar de seus sonhos mais loucos, rir de suas maluquices interiores, além de delicioso é bom. Fingir que não quer nada com a pessoa, enfatizar que só quer algo passageiro, evitar falar de seus sonhos para o futuro é a maior prova de que você está super controlando suas expectativas, só que detonando suas chances de realizá-la também.
Não sei quem foi que falou que para “conquistar” alguém é necessário fingir que não está disposta, que tem que mostrar que curte apenas sexo selvagem e que quer um parceiro para transar 6 vezes por noite, toda noite. Na verdade, a melhor chance de dar certo é você falando de quem é, de quem está disposta a ser e de como queria uma relação, mas sem deixar que isso vire regra ou obrigação do outro realizar.
Em resumo: não matem as expectativas. Matem as cobranças de serem realizadas, matem a falta de flexibilidade delas e, acima de tudo, nunca permita que elas tirem de você a chance de ser surpreendida pelo acaso.
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