O que me inspira? | 3 anos de blog


Hoje, 07 de agosto, o blog completa 3 anos. De lá pra cá muita coisa aconteceu e mudou tanto na estrutura quanto na minha forma de escrever. Eu tinha 17 anos quando resolvi criar o blog depois de 3 tentativas frustradas de outros blogs sem ideia fixa e comprometimento. Depois de pensar em escrever um livro, pensei que seria uma boa criar uma página virtual pra escrever crônicas sobre mulheres prum livro que eu queria escrever na época. Pra ver se os amigos aprovavam, se as pessoas curtiriam e tudo mais. Comecei com Beatriz, Paula, Fernanda e outras tantas mulheres imaginárias que existiram nas minhas linhas e prosa. E daí aconteceu.

Aconteceu de eu me apaixonar de vez pelo meu cantinho e resolver expandir o tipo de assunto. Aconteceu de olhar demais pras pessoas andando no shopping, conversando nos bares, trocando telefones nas festas e de isso tudo me intrigar de uma forma única. Aconteceu de passar horas ouvindo desabafos de amigos, tendo aventuras e decepções amorosas e de treinar o meu olhar pras coisas diárias e concluir que uma das poucas certezas na vida é que a gente sempre vai passar por algum tipo de relacionamento afetivo (não necessariamente amoroso). Nesse mundo dos relacionamentos, já dissequei sentimentos e me expus por trás de personagens diferentes. Aprendi a trazer a prosa pra mais perto e transformar um conto em crônica e vice-versa, optando pelo meio termo entre os dois. Construí diálogos que queria ter tido e sentimentos que gostaria de ter sentido e que senti, antes ou depois de tê-los contado a você. E amei. Amei pessoas, lugares, palavras, personagens e esse universo todo que se formou em volta da minha escrita.

Hoje, com 3 anos de blog, eu não sinto vergonha de mostrar a evolução que continua a acontecer. Desde um prefácio e um epitáfio registrados no primeiro dia de blog a esse texto, passei por uma transformação tão grande que acho que vale o registro: o passado assusta. Escrevi tanta coisa boba, de coração, uma ficção tão real que me assustava ao me ler em outras épocas e perceber que tinha me aconselhado sem saber. Já estive no lugar de pai, mãe, filho, filha, homem ou mulher que amaram, foram abandonados, sentiram ódio, interromperam amores, perderam ou ganharam algo que muito amavam e muito mais. Já me perdi nesse mundo de todas as coisas. Um dia eu considerei que o blog fosse meu laboratório de experiências literárias ou o meu diário mentiroso. Mas ele é meu lugar preferido pra fingir e escrever sobre amor. “O poeta é um fingidor”.

E o que me inspira hoje? O que me inspira é provocar. A cada elogio ou crítica que recebo, a cada e-mail gigante ou inbox, comentário ou tweet, percebo que consigo alfinetar um pouco quem me lê. Se não posso criar uma turbulência, fico muito feliz em promover alguma reflexão ou identificação pequenina. A cada lágrima que derramam com uma história minha, me brota um sorriso. Um pouco cruel, podemos dizer. Mas sabendo que consegui invadir um pouco da intimidade e dos sentimentos de quem me lê, me sinto realizado e motivado a continuar escrevendo.

Nesses 3 anos de blog, nunca escrevi algo assim, tão pessoal. Mas me bateu uma vontade de agradecer a cada um que me tem lido e me sentido e tem entendido que eu não uso pontos por alguma razão e tem conversado comigo através da omissão do imperativo e tudo mais. Muito obrigado. É por você que me lê que eu continuo.

E parabéns pra nós.

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