Eu estava indo muito bem nesses últimos dias. Parecia que, finalmente, tinha colocado tudo no lugar e te confesso que voltei a enxergar uma luzinha marota no fim do túnel, enchendo minha vida com uma felicidade palpável e uma leveza bonita. Foi libertador me sentir leve outra vez, sem o peso do mundo nas costas, sem o peso da saudade, das histórias, das memórias. De tudo.
Eu estava indo bem nesses dias. Mesmo com todo caos que desabou em cima da minha cabeça, com todos os dias de nervosismo tentando justificar minhas ações, mesmo com todas as lágrimas que chorava escondida, mesmo com toda confiança perdida. Apesar de tudo, eu estava indo muito bem.
As circunstâncias me afastaram um pouco. Fiquei mais na minha, menos na dos outros. Olhava mais para dentro, menos para o mundo. Sei lá, tinha muita sujeira, muito disse me disse, muito ponto sem nó e ambíguas atitudes. Afastei porque não sabia o que era certo e errado e, honestamente, foi o melhor que fiz. Um retiro dentro de mim. Um silêncio e uma paz. Os dias transcorreram doloridos, mas estava tudo indo bem.
Até que a vida me chamou de volta. E eu voltei pisando em ovos, ouvindo muito e falando pouco. Observando mais. Observando até demais. E eu achei que estava indo bem até esbarrar nas tuas palavras outra vez. Achei que estava indo bem até ver uma brincadeira aqui, um comentário ali. Achei que estava indo bem até ver como tudo se transformou em tão pouco, em quase nada.
Eu achei que estava indo bem.
Mas não estava.
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