[Você pode ler este texto ao som de Beija Eu]
Era um domingo de pré Carnaval, dezenove de fevereiro para ser mais exata. Eu já tinha ouvido falar de você muitas vezes, mas só nos conhecemos no dia anterior. Entre muita purpurina, suor escorrendo e Skol 3 por 10, você me beijou.
Começou como qualquer outro beijo de Carnaval, meio apressado, meio cheio de glitter, mas não terminava. Descemos várias travessas da Consolação, a música continuava alta, e a vontade não passava. A maior tristeza desse dia foi meu celular ter sido roubado, o que me fez ficar sóbria e preocupada e parar o que eu estava fazendo. Ainda bem que tinha mais bloco na outra semana.
Na segunda vez eu fiquei nervosa. Quando te vi só conseguia pensar nisso, e te beijar debaixo de chuva forte no meio da Praça da República é uma memória que ainda mexe comigo. Mas o Carnaval acabou e diminuíram as chances de ser vadia todo dia, o que não diminuiu foi a vontade de te ver.
Tenho certeza que você nem achou que eu seria uma opção, que tinha sido mesmo um caso de Carnaval. Ainda assim tinha sempre um comentário aqui, uma interação ali, qualquer coisa que me lembrava que você estava perto. Embora eu nunca tenha negado qualquer sugestão sua pra gente se ver, demorou pra acontecer. Quatro meses para ser mais exata.
Nós saímos tem duas semanas e eu nunca mais tive paz. Penso em você o tempo todo, e por mais que eu ainda tenha dificuldade em te dizer como eu me sinto, gosto de pensar que está mais do que estampado na minha cara. Não existe defesa quando sinto seu cheiro, e amo usar as cinco sílabas do seu nome composto.
Talvez quando a gente faz 30 anos nos despimos de algumas amarras que persistiram à desconstrução. Ou talvez tudo que eu vivi nesses últimos dois anos tenham me preparado para aceitar que pessoas podem gostar de pessoas. Se eu não te conhecesse na época certa, talvez eu ainda não estivesse pronta para viver nada disso. Ou talvez eu só estivesse te esperando.
Eu ainda não sei um monte de coisas, e não consigo colocar em palavras nem um quarto do que se passa na minha cabeça. Mas eu sei que minha mão na sua é certo demais. Por mais que tenha sido louco ver que o esmalte vermelho da suas unhas combinavam com as minhas, não tem como negar que Pabllo Vittar sabe o que diz. Foi K.O.
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