[Você pode ler este texto ao som de Thinking Bout You]
Se eu pudesse escolher um lugar para estar agora, eu escolheria a sua cama. Não por conta do sexo e do seu corpo incrível que seduz os meus olhos e atrai meu corpo como um ímã. Mas por conta do infinito de histórias nossas que ela abrigou – e que ainda cabem – entre o cobertor que você puxa todo pra você e as almofadas que hora nos separam, hora nos fazer chegar mais perto.
Eu escolheria estar deitado do seu lado porque o dia amanheceu nublado, meio frio, e você sabe como me esquentar como ninguém. Eu escolheria estar aí, porque assim poderíamos comer o resto do chocolate que eu deixei aí e jogarmos cartas como se eu não tivesse compromissos e como se os seus também não fossem tão importantes para não serem desmarcados.
Eu gostaria de estar na sua cama porque aí poderíamos estar deitados de qualquer jeito, escutando um álbum qualquer e falando mal até das coisas que gostamos. Aí nós poderíamos adiar os planos para o almoço, já que mesmo que nossas barrigas estejam roncando, estamos nos alimentando da presença um do outro.
Eu gosto dos seus lençóis porque eles envolvem nosso corpo, seja na preguiça ou na timidez infundada do pós sexo. Eles te inspiram segurança e fazem você ter vontade de me contar seus segredos, que escuto feliz e deposito em mim, e só em mim. Ainda me surpreendo com sua capacidade de se abrir para mim, de me fazer abrir, e de pertencermos um ao outro em nossas horas arrastadas, secretas e finitas.
Eu gosto do seu travesseiro porque ele tem seu cheiro, ele abriga os seus sonhos e ele te faz um cafuné despercebido quando eu não estou por perto. E também gosto porque ele te sustenta enquanto você sorri, seja sem graça ou seja de graça demais. E eu gosto do seu sorriso entre as quatro paredes de nós dois. Ele é sempre escancarado, sem medo, sem reserva.
Se eu pudesse escolher um lugar para estar agora, seria enfeitando as paredes meio vazias que te cercam, com cores que te alegram e imagens que te confortam.
Eu colocaria uma poltrona confortável para você se acomodar, esquecer do tempo e lembrar de mim.
E que o acalento fosse tamanho, que você não saísse. Não que eu te prenderia ou algo assim, longe disso.
Mas que fosse capaz de te fazer ficar.
Sempre que você quer vir, eu quero que você venha.
E quando você quiser se demorar, tudo bem. Eu espero.