[Você pode ler este texto ao som de Agora eu quero ir]
Agora é cada um pra um lado e por si. Caminhos opostos para estranhos que se desconhecem cada vez mais, com o passar das horas. Não queria que fosse assim. Ninguém quer, né?
É difícil aceitar um “não”. Sorte dos que conseguem vislumbrar o término como uma oportunidade totalmente nova de começo. Te confesso que isso só me conforta quando penso nas inúmeras oportunidades e pessoas diferentes que ainda não esbarraram em mim. Afinal, há 7 bilhões delas caminhando por aí.
Não me vejo mais ao teu lado, na tua cama e nas fotos da galeria do meu telefone. Daqui já não podes me alcançar com a tua saudade, mesmo que ela me dê indícios de desespero em qualquer ligação noturna com voz de choro.
Relaxa, esfria a cabeça por aí. Atira teu corpo a carnes mais duras e menos preguiçosas do que a minha. Deita sobre a tua sombra, e só saias de lá quando teus olhos conseguirem brilhar, secos de segurança e alívio.
Não posso prometer que vou cumprir tuas regras, pois não nasci para usar cabresto curto. Preciso da minha liberdade a passos largos e intangíveis, mesmo que eu ferre tudo nas minhas escolhas, sou o único responsável por aprender com meus erros. É a minha alforria do mundo caótico.
Coloque água no filtro antes de dormir, tente pagar as contas em dia, abra a janela da sala para tomar café da manhã e livre-se dos meus resquícios na lixeira da frente.
Ainda dói, e vai doer por um bom tempo, até que eu consiga te silenciar por completo nos meus pensamentos. Aos poucos eu vou me encaixando no teu passado, como uma caixinha de fraquezas, até que tu esqueças de uma vez por todas, onde deixou as chaves que abriam nossos planos.
Te cuida, fica bem e não precisa me mandar notícias.