[Você pode ler este texto ao som de Já É]
Eu devia ter uns cinco anos quando me perguntaram pela primeira vez o que eu queria ser quando crescesse. Veterinária, na época. Mas uma semana depois também quis ser atriz. E cantora. Médica, bombeira, oficial da Marinha, professora e dançarina do É o Tchan (é, eu sei, eu era um pouco volúvel na infância).
Achei que, conforme os anos passassem, eu ia me tornar mais decidida. Afinal, me disseram uma vez que crescer era ter certeza das coisas. Mas certeza do quê?
Eu continuo sem saber o que quero ser quando crescer. Nos últimos anos, quis ser repórter, assessora de imprensa, redatora publicitária, analista de marketing digital e social media. (Ultimamente, meu sonho era ser herdeira – mas, nesse caso, não vai rolar, não é mesmo?). A questão é que crescer não mudou nada. Não por aqui, pelo menos.
Até vejo conhecidos em seus perfis do Facebook parecendo cheios de objetivos concretos na vida e na carreira, certos do que querem ser e fazer para o resto da vida inteira. Mas eu? Eu talvez tenha ficado para trás, me perdido em alguma esquina qualquer entre a infância e a adolescência, em meio a um milhão de dúvidas e incertezas.
Porque crescer não me deu certeza de nada.
Talvez o problema não seja só comigo. Talvez – só uma hipótese, hein? – a gente finja todo dia que sabe ser adulto (para os outros e para a gente mesmo). Mas não sabe. E, sei lá, que bom que não sabe. Porque não saber é o que faz com que a gente possa se reinventar o tempo todo, a qualquer momento. Acho que tá tudo bem se a gente tá tudo meio perdido. Meio sem saber o que fazer, o que quer ser, pra onde ir. A gente vai indo – não tem muita opção além disso, tem? – e vai tentando ser feliz no caminho.
Mas saber, de verdade, o que quer ser quando “crescer”? – quem sabe disto? Você?
Eu não.
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