[Você pode ler esse texto ao som de Aquela dos 30]
Hoje não é quinta feira, mas eu já tenho mesmo quase 30. Faltam exatos 23 dias para esse grande evento na vida de uma mulher que é fazer 30 anos, e eu sempre pensei (inclusive verbalizei isso para alguns ex namorados) que estaria casada quando esse dia chegasse. Que teria no mínimo uma cria a caminho. Mas cada ano que passou levou um pouco das minhas certezas.
Tem uns meses eu estava no elevador quando reparei em um cabelo branco e deixei ele ali, bem na franja do meu cabelo rosa. Já passou aquela época de pedir pra alguém arrancar esse sinal da idade, então eu mantive ele ali até com um certo orgulho, e recentemente mais um se juntou à ele. Nem ligo.
Estou vivendo uma fase nostálgica e culpo meu aniversário. Entrei numa vibe de assistir filmes antigos e chorei demais com um clássico da Sessão da Tarde, “Enquanto você Dormia”. Sandra Bullock esteve presente em grande parte da minha adolescência e é a responsável por eu acreditar que um dia vou achar um cara que me ache incrível de pijama, descabelada e com várias embalagens de comida chinesa meio abertos em cima da mesa. Isso depois das princesas da Disney já terem feito os seus estragos.
Mas hoje consigo entender que o amor pode vir de outras formas também. O amor pode vir de um grupo de amigos. E, principalmente, o amor pode vir de nós mesmas.
Depois de passar anos ouvindo que todas as minhas escolhas eram erradas, finalmente cheguei em um lugar que foda-se. Foda-se o que qualquer um pensa do que eu faço ou deixo de fazer, o importante é eu estar feliz.
Por que estou dizendo tudo isso? Também não sei, mas vou fazer 30 anos e ouvi dizer que isso é licença pra gente poder filosofar sobre a vida. Ouvi dizer também que a melhor época pra ouvir álbuns era quando a gente colocava o CD num rádio e deitava na cama com o encarte na mão até decorar todas as letras. Porém confesso que estou bem satisfeita com a evolução das playlists, pois difícil demais esperar a música tocar pra poder gravar minhas fitas.
O fato é que “De Repente 30” está acontecendo na minha vida, e é exatamente o que Jennifer Garner nos prometeu. Em algum momento a gente olha para o que está fazendo, pensa em como chegou até ali e passa a priorizar o que e quem de fato importam. Dificilmente vai ser tudo que imaginamos, mas não por isso deixa de ser uma jornada incrível.