Lembrei daquela noite que cheguei em casa tarde e depois do meu breve ritual antes do sono, deitei na minha cama, amiga e companheira fiel. Me cobri com meus dois edredons fofinhos e ajeitei a cabeça no travesseiro. De repente, senti três lágrimas lentas rolarem pelo meu rosto. Foram poucas, sim. Mas o suficiente pra um filme resumido passar pela minha cabeça.
Me recordei das vezes que a minha companhia era você, dos lugares diferentes que você me levou, da nossa amizade, da risada leve, das coisas que me ensinou, da gentileza, das surpresinhas tão sutis, dos programas de índio que se tornavam tão bons, do quanto você se importava, das pessoas incríveis que me apresentou, do interesse enorme que demonstrou, da preocupação excessiva, dos elogios, de como você simplificava a vida e da sua falta de orgulho.
Naquele dia já não existia mais sentimento, não. Aliás, talvez nunca tenha existido, pois eu jamais me dei conta deles até o momento que te mandei embora. E foi melhor assim. Eu estava em dúvida e não era pra ser desse jeito. Mas depois de tudo, aquela noite foi atípica. Eu estava tão bem e algo mudou porque entendi perfeitamente uma coisa: Às vezes a gente precisa conhecer o errado pra se dar conta e valorizar o que é certo.
Você me fez mais exigente do que eu já era, sabe? Depois de você, confesso, vai ser difícil me empolgar com algo, me envolver em alguma história, embarcar sem olhar pra trás. Porque quando a gente recebe o que merece, não aceita nada menos que isso.
Foi tão breve a nossa história, mas foi linda. Obrigada por ter ajudado reforçar meu amor próprio. Aquele instante eu senti o que sempre soube: Estar com a pessoa errada é um milhão de vezes mais triste que estar sozinho.
Hoje sei o quanto prefiro acordar sem ninguém na sala após um sábado quietinho vendo Youtube do que arrependida por ter escolhido mal minha companhia. Porque essa sim, meu bem, é a pior ressaca do mundo.