Hei, vem cá. Que tal a gente ser só amigo? Sem parar para complicar as coisas, sem misturar os sentimentos, colocar amor e foder tudo de vez. Você sabe que tudo vira caos quando pulsa amor demais, então a gente mantém esse amor num nível seguro de amizade. Na moral. Eu tô aqui pensando nas milhões de complicações que podem rolar se a gente se permitir e, na boa, sei lá, não tô afim…
Eu vou ficar sonhando demais, sabe? Vai ter você em cada pedacinho de mim e, na boa, não tô podendo isso agora não. Eu levei tempo demais para deixar meus sentimentos organizadinhos e catalogados. Se você vier vai bagunçar tudo. Eu já vejo um pouco da bagunça que você faz quando tá por perto e isso me dá uma agonia danada. Não, não porque incomoda. Porque eu gosto! E, puts, não estava planejando gostar.
Então vem cá, que tal a gente esquecer todas as conversas, segredos trocados e ficar só amigo? Na moral, mesmo. A gente finge que tudo é só uma brincadeira boba e a vida segue. Vamos descolorindo a rotina, nos acomodando naquela vida preto-e-branco — vazia, pacata, sem graça — que já estamos acostumados. Eu cá, você lá. A gente vai diminuindo o tanto de conversa e o tom do sorriso até que se esqueça. Fácil, não?
Vou te contar, eu tô aqui tagarelando, mas meu coração tá ficando pequenininho dentro do peito, porque dói demais pensar que não vai ter teu bom dia amanhã. Eu tô aqui pedindo essas coisas, com os dedos cruzados nas costas, que é pra ver se você percebe o tamanho da mentira que tem por detrás desse meu pedido bobo. Eu fico ensaiando que é fácil, eu minto para o espelho todos os dias e tô numa ansiedade louca de te ver, pra ver se a gente se enlaça nessa vontade de quero mais e fode tudo de vez (ou pare de ferrar e a gente se perceba só bons amigos, talvez).
Posso ser geminiana mais uma vez?