Ninguém vai te ensinar a amar


[Você pode ler este texto ao som de Last Hope]

Eles irão inventar milhares de maneiras e motivos para que tu tenhas medo. Ditarão as regras, com voz de experiência e olhos de quem já viu um pouco de tudo, mas enxergou bem pouca coisa. Parece que as feridas alheias nos doem, mesmo que a gente não as sinta, porque elas são a prova de que algo não correu como deveria, ou melhor, com elas achavam que deveria acontecido. O medo é um grande inibidor de instintos, ainda mais quando se trata de relacionamentos. E tu precisas seguir aquele velho protocolo de ponderar as mensagens, as ligações e as visitas, pois senão serás tachado de muito fácil. É como se essas vontades, por mais naturais que sejam, precisassem ser controladas pelo ego, que insiste em dizer que se fazer de difícil é a melhor maneira de conquistar alguém.

Logo, tua ansiedade te faz companhia no sofá da sala. Os pensamentos negativos se amontoam entre a rotina e te impedem de trabalhar, estudar, dentre tantas outras coisas que poderiam seguir seu curso natural diário, mas estão presas a uma notificação de telefone.

Demore a responder, poste indiretas no Facebook, finja que não quer, coma só um pedaço de pizza, por educação, enquanto cozinha as próprias expectativas com a barriga roncando de fome e de vontade. O tempo é curto demais para pausarmos nossas ações iguais a um filme na Netflix. Quando nós não nos despimos dos nossos pudores, acabamos entregando apenas metade daquilo que somos, ou pelo menos fingimos ser. Tu precisas entender que complicar coisas simples é que é torna tudo mais difícil, que fingir que tu não sentes, quando na verdade, sente e muito, é como inibir a tua essência, por receio de qualquer coisa pífia que possam pensar.

Quando se apaixonar por alguém, entregue teu ser aos impulsos do coração. Diga, peça, ria, chore, fale, respire, e viva cada segundo com a autenticidade de uma criança que diz que não gosta de cebola na comida, e faz questão de separá-la no prato. Sei que as tuas reações podem assombrar as ações de outra pessoa, mas é a tua certeza que precisa se fazer presente a cada palavra que sair da tua boca, a cada vez que deres um abraço apertado ou um beijo desses de novela. Ao invés de tentares esconder a alma debaixo do braço.

Vão lhe dizer que precisas agir de forma racional, deixando migalhas pelo caminho, por ele ser incerto, para que consigas amenizar a perda de algo que ainda não ganhou de fato, e é nessas horas que eu me pergunto: Desde quando a gente mede o que sente pela razão? Pra te ser bem sincero, loucura, pra mim, seria não aproveitar a sensação que o amor pode nos causar e desperdiçar uma oportunidade incrível de gostar de alguém, sem se dar conta de que, mesmo que não dê certo, isso não é um erro, é no máximo aprendizado.

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