Dizem que os primeiros sempre deixam marcas permanentes. O primeiro amor. O primeiro beijo. O primeiro sexo. O primeiro coração partido. E é aí que você entra na minha lista de perduráveis.
Não precisava, sabe? Eu queria lembrar de você por outros motivos. Mas os estragos causados não me permitem recordar bons momentos. Você me quebrou. E eu ouvi centenas de discursos de amigos dizendo que era só esperar e que, logo, isso (você), iria desaparecer. O tempo passou. Outros amores vieram… E ninguém conseguiu consertar essa parte.
Tive que aprender a esconder isso. Guardar fundo para amenizar. Disfarçar as falhas. Sim, esconder a sujeira embaixo do tapete. Construí uma jaula e fechei com cadeado, achando que isso fosse adiantar. Mas ela escapa. Acha frestas e rachaduras para vir à tona. E eu viro o que você fez. Ou será que nunca deixei de ser?
Tenho vontade de voltar no passado para nunca deixar você entrar na minha vida. Tenho a plena certeza de que isso me faria bem. Desviar de você. Não deixar que nos apresentem. Não te dar importância nem te deixar crescer no espaço que te cedi no coração.
Mas, sem essa opção, qual outra me resta? Esperar. Torcer. Orar. Fechar os olhos e continuar lutando para você passar. Te expulsar, de uma vez por todas, do meu corpo e da minha mente. Eu não queria que você ainda estivesse aqui. Não era pra estar. Só que você insiste em permanecer na minha dor. Ser a minha dor e meu lado sombrio.
Não era pra você estar mais aqui de forma alguma… Muito menos em forma de saudade.