[Você pode ler este texto ao som de Outra Vida]
Gostar de você foi fácil, meu bem. Não teve jogo, demora, vergonha ou paranóia. Fomos aquele monte de verdades ditas em meio a sorrisos e cervejas que simplesmente fizeram sentido: não houveram borboletas, flores ou poesia. Por outro lado teve paz, cumplicidade e pra quem ligar ao final do dia.
Com você quero abraço, chamego, carinho e burburinho. Quero cheiro, aconchego, colo e conselho. Quero violão, picolé, pipoca e cafuné.
Porque nosso amor (chamarei do que bem entender) não é algo pré-fabricado, não é desses que se vê em novela ou se compra enlatado no supermercado. Não é previsível, não tem clichê. Tem muita prosa, nenhuma poesia e um caminhão de foda-se pra opinião alheia.
Mas menino, não me entenda mal: não quero beijo nem sexo, porque o que somos nunca teve permissão ou nexo. Além disso, eu confesso, tenho medo de perder o que temos ou estragar o que tornamo-nos.
Sejamos um pro outro inspiração, sorriso largo, praticidade. Quero ser presença, companhia, comodidade. Me deixa ser aquele misto de boa lembrança, carinho, felicidade.
Quem sabe assim ao menos pra sempre serei algo pra ti: essa sobra de saudade (do que não vivemos).