[Você pode ler este texto ao som de The Last Time]
Entre todas aquelas mensagem de textos, fotos com um “lembrei de você”, doodles ilustrados com nossas músicas favoritas e os discos que trocávamos de presente. Todas aquelas desculpas para chegar um pouco mais perto, um “segredo” incontrolável que na verdade só dizia “quero me aproximar de você, um pouco mais, sentir seu cheiro mais de perto”. Quero ter uma desculpa para tocar você. Para esbarrar, para deixar minha mão se perder na sua.
Ainda quero. Sempre quis, desde as primeiras conversas até as últimas. Até agora, que nem nos falamos mais. Ainda quero. Chego em casa, cansado. Coloco as músicas no modo aleatório, mas pulo metade delas, todas trazem você à memória, mas não trazem sua presença para o presente, para o abraço, para o toque e o cafuné que ainda estão guardados.
Como é que a gente veio parar aqui, tão longe do início. Tão longe de casa, depois de termos ficado perdidos ali no meio daquela confusão. Achei que a gente não ia conseguir sair e, ufa, escapamos. Caímos numa esquina meio estranha depois, mas de alguma forma a gente continuou encontrando o caminho certo, até a hora que o nosso caminho pareceu ficar complicado depois.
Ainda não sei por que você desistiu. A gente tinha todos aqueles sonhos… O que você fez com eles? Gosto de pensar que você não os deu pra alguém que passou no meio do caminho. Lembro que chegou uma hora que os sonhos ficaram tamanhos, que não couberam mais no coração. Nem num baú que eu tinha com uma foto sua. Acabei espalhando por vários lugares: cada cantinho da casa tem um pedacinho do seu sorriso que eu captei em frames impossíveis de revelar.
No fim das contas continuou tudo meio parecido: os frames difíceis de revelar, você difícil de tocar, a saudade difícil de ignorar… E a resposta mais difícil de encontrar a resposta… Como foi que eu vim parar aqui sem você?