[Você pode ler este texto ao som de Georgia]
Me desculpa.
Eu sou uma covarde. Não estou me vitimizando, não. Eu fugi por medo. Mas o pior não foi isso… A parte mais difícil foi não ter encontrado a coragem pra te dizer isso na forma mais clara e direta: “Eu estou com medo!”. Preferi escolher palavras bonitas para amenizar as coisas e o resultado foi catastrófico e cheio de perguntas sem respostas.
Me desculpa.
Eu sou uma mentirosa, mas eu não queria te machucar com a verdade, por mais injusto que isso pareça. Algumas verdades não precisam ser ditas. Caso contrário, só vão causar mais estragos. Optei pela destruição interna e a deixei guardada. Ela ainda me alfineta de vez em quando, mas acho que já me acostumei com a sensação.
Me desculpa.
Eu pensei que estava pronta também. Mas a ideia começou a tomar proporções reais demais e eu ainda não estava preparada para a realidade. A fantasia estava mais confortável. Por isso, quando você chegou, eu saí. Com vergonha e milhares de desculpas, mas sem justificativa ou rumo.
Me desculpa.
Eu também pensei que fosse mais forte. Eu não queria ter sido a que desiste, mas você me amava demais para tomar a decisão. E isso é outra coisa que me aperta o coração: desde o início, você me amou demais. E por mais que eu tenha te amado com tudo o que eu sou, ainda era diferente. Você me pôs numa espécie de altar e eu nunca fui digna de tal adoração.
Me desculpa.
Eu errei. Não por tê-lo deixado ir, mas por ter calado por tanto tempo e deixado você imaginar que tudo estava bem. Me desculpa… Essa frase me persegue desde aquele dia. E, se um dia a gente se encontrar, eu sei que eu vou apenas disfarçar o desconforto de ter que engoli-la mais uma vez, porque eu sou covarde. Mentirosa. Despreparada.
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