[Você pode ler este texto ao som de Save The Last Dance for Me]
– Dança comigo.
Olhei sua mão e congelei. Não era uma pergunta. Era um pedido. E eu quero. Nossa, se eu pudesse, dançava colada ao teu rosto até o amanhecer – e ficaria esse tempo todo me desculpando por pisar nos seus pés. Porque, na verdade, é isso que eu faço: eu me atrapalho toda. E não só com o ritmo da música…
Ah, menino. Eu sou desastrada demais para aceitar qualquer convite seu. Vou fazer tudo errado, cedo ou tarde. E você não merece alguém assim, tão torta, porque você é lindo. Eu me detestaria ainda mais por estragar você também.
Eu sou quebrada e isso implica em farpas. Não é de propósito, é uma conseqüência. E eu não quero te machucar de forma alguma. E se eu aceitar dançar hoje, vou querer pela vida, porque eu já te amo a distância. Te amo só de olhar. Não me atreveria a ir além disso, porque… Bem, porque sou eu.
Eu tenho uma feiúra implantada nos espelhos… Vai que você passa a me ver desse jeito também? Ah, não! Não quero nem pensar nisso. Sei que ninguém é perfeito e que até você tem falhas, mas eu estou longe demais, entende? Eu tremo só de pensar…
Voltei a olhar a sua mão e percebi que ainda não havia dado resposta.
– Ah, eu torci o pé agora pouco. Está bem dolorido. Vamos ter que deixar pra uma próxima vez…
– Poxa, que pena! Mas, você está bem? Precisa de alguma coisa?
– Não, não. Eu to bem. Já vai passar. É só ficar quieta um pouquinho que já melhora. E outra: Está muito divertido ver o pessoal daqui. Tenho uma vista privilegiada!
– Hum… Me deve uma, então, hein?
– Pode deixar!
Você saiu. A música acabou. E eu continuei sentada, me culpando mais uma vez por ser tão erroneamente eu.
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