Como perdoar aquele traste que estraçalhou seu coração


Eu falo muito sobre a importância do perdão para a nossa libertação emocional. A gente precisa definitivamente aprender a perdoar todas as pessoas que tiveram impactos negativos em nossas vidas. A grande sacada é: a gente não perdoa para ser bonzinho com eles: os (as) trastes insensíveis que não pensaram duas vezes antes de enfiar a broca no nosso coraçãozinho. A gente perdoa por nós mesmos, para podermos nos libertar.

Não perdoar é a mesma coisa que tomar veneno e esperar que o outro morra. Só nós somos prejudicados. É como se ficasse uma cicatriz, um nó emocional que não está resolvido… e isso nos prejudica e boicota todas as áreas da nossa vida, e principalmente os NOVOS relacionamentos. Mas a cada vez que falo sobre isso, recebo uma infindável quantidade de e-mails de pessoas que não conseguem perdoar. Algumas coisas são imperdoáveis, me dizem. E, acreditem, eu entendo essas razões. Sou a primeira a querer dar uns tapas nestes(as) cafas que agem de má fé, já sabendo o que farão com você no final… (pisada master de stilletto sobre o ponto crítico!)

Mas vou te contar uma coisa que talvez te ajude. Desde as nossas primeiras aulas de ciências, a gente aprende que o ser humano é o único animal racional. Eu particularmente discordo dessa frase. Acho que alguns poucos estão a caminho de tornar-se realmente humanos, outros continuam agindo como animais, e muitos nada racionais, ou seja, somos POTENCIALMENTE humanos, mas nossa humanidade precisa ser desenvolvida, e isso precisa partir de um desejo genuíno de cada um.

É racional agir feito um garanhão reprodutor comendo todas as fêmeas que vê na frente?

É racional mentir, dissimular, enganar o outro?

É racional ignorar outro ser humano, deliberadamente causar o mal, por qualquer motivo que seja?

A resposta é obviamente não. Humanos que fazem isso estão respondendo a estímulos de outra natureza, animal. O que diferencia um ser a caminho de tornar-se humano? A consciência.

Todos nós sentimos em diversos momentos de nossas vidas estes impulsos animais, é a nossa natureza também. O que não quer dizer que precisemos agir de acordo com eles. O ser humano que evolui passa simplesmente a conseguir colocar consciência sobre estes impulsos, não reagindo a eles. Sem negá-los, mas aceitando-os como parte da nossa natureza. E, apesar de senti-los, fazendo uma opção consciente por outra reação.

Mas o que tudo isso tem a ver com o perdão?

A compreensão da nossa natureza torna o perdão mais fácil, ao menos para mim. Mas o que me motiva não tem nada a ver com aquele que me causou mal. O que me motiva é a MINHA LIBERTAÇÃO. Vou mesmo passar o resto da vida mal resolvida em alguma área por causa de um ser humano que, em certo momento, preferiu ser a pior versão de si mesmo, obedeceu aos seus instintos animais ou a sua ignorância? Faz sentido isso? Eu tive alguma culpa em provocar reações animais? NÃÃÃÃOOOOO, gente! A única culpada de tudo isso é a própria ignorância (falta de consciência). Nós ainda estamos evoluindo como raça.

Então o que eu sugiro aqui é uma mudança de perspectiva. Dane-se essa pessoa que fez essa atrocidade. Dane-se esse(a) fdp fim de carreira. Perdoar não quer dizer que precisamos achar que o que essa pessoa fez é correto, perdoar não quer dizer que eu preciso voltar a gostar dessa pessoa ou amá-la, perdoar não quer dizer que eu preciso conviver com essa pessoa ou ter algum tipo de sentimento positivo por ela.  Perdoar, neste caso, é uma ação quase até egoísta: eu perdoo por MIM. Simplesmente porque eu quero ser livre, feliz e aberta para a próxima oportunidade. Mas como fazer isso?

Eu mesma criei um método que apliquei em mim… Esse consiste em voltar no tempo e pegar memória por memória negativa que temos e reescrever essa memória na nossa mente, dessa vez sem essa conotação negativa, sem a carga negativa que vem com ela. É como se a gente voltasse àquela memória, agora com outra consciência, mais evoluída, e percebesse dessa vez muitas outras circunstâncias que a gente não percebia quando estava vivendo aquele momento, neutralizando sua carga. A gente percebe a ignorância da pessoa que estava nos causando mal… a gente percebe sua natureza animal e o fato de que ela também estava lutando com os seus problemas, seus demônios, suas tralhas internas… também teve suas dificuldades, também esteve em ambientes hostis. Sabe lá o que essa pessoa passou para agir assim? A gente volta a essa memória agora conseguindo se colocar na pele da outra pessoa… e tenta sentir o estado em que aquela pessoa se encontrava para estar fazendo aquilo, que demônios da inconsciência estavam tomando posse dela. Essa pessoa certamente não estava bem e plena, porque quem está bem não faz nada disso… Então a gente PERDOA profundamente essa pessoa. A gente liberta a ela, pela culpa e a nós mesmos, pelo efeito que nos causou.

“Não atingiremos a paz sem desculpar os erros alheios que, em outras circunstâncias, poderiam ser nossos…” Emmanuel. Psicografia de Chico Xavier

Eu volto a repetir. Isso não torna o acontecido certo. Isso não quer dizer que aprovamos seus atos. Isso não quer dizer que passamos a gostar dessa pessoa… simplesmente quer dizer que estamos livres do dano emocional que ela nos causou. Por opção nossa. Libertar-se do seu passado é essencial para o seu futuro. Você precisa agir sobre isso. 

Nota do Editor: A Alana é uma dessas pessoas que te inspiram só de chegar perto, sabe? Ela foi lá e correu atrás de um sonho que pra maioria de nós seria impossível, mas ela foi lá e fez. Correu o mundo, estudou, trabalhou pra caramba e a felicidade nunca esteve tão perto dela (e da gente que ela contagia). Ela lançou um livro contando sua trajetória e dando dicas pra você que também vive procurando por algo que não sabe o que é ir atrás do que ama. Mas não vai achando que é fácil e que vem sem esforço, viu? Quer dar uma olhada no livro da Alana? Clica aqui.

Alana

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