Como atravessar a friendzone em cinco músicas


Friendzone: espaço nunca antes explorado por aqueles que ainda não levaram um não indireto – acontece muito. Ou seja, se a pessoa que você gosta está te tratando como amigo, confundindo suas investidas com atos de amizade, aceite: você foi jogada(o) para a friendzone. Se bem que a gente acha que isso aconteceu por falta de diálogo, viu? Friendzone só existe porque você não foi bem clara(o) com o que queria. Além disso, achar que a outra pessoa não tinha o direito de querer amizade com você só porque você é legal… bem, é meio babaca. Ele(a) tinha. Ninguém é obrigado a gostar de alguém só porque a pessoa é legal.

Mas pra te dar um up, felizmente, sempre há o que ouvir para qualquer momento. E, se você já se sentiu o Snape da sua Lilian Potter, ou algum dos caras que tentam se aproximar da Sookie em True Blood, aqui no Entre Todas as Coisas você encontrará música para se identificar e superar essa ~zona da amizade~ e, de quebra, vai entrar em contato com alguns lançamentos musicais bem bacanas de 2015.

Vem:

Dev Hynes & Neneh Cherry – He She Me

Devonté Hynes é um dos cantores e compositores mais criativos da atualidade – insira-o na lista “músicos que deixei passar batido mas deveria ouvir hoje”. Também conhecido como Blood Orange, Hynes escreveu músicas com/fez arranjos para Florence + The Machine e co-escreveu aquela delicinha chamada “Everything’s Embarassing” da Sky Ferreira. Em “He She Me”, ele se junta à Neneh Cherry (musa <3) para cantar a letra que todos nós escreveríamos para a crush: “you are the one for me/cause I am the one for you” (e ela responde: “o menino que eu to gostando gosta taaaaanto desse tipo de música!”)

Sóley – Follow me down

Mas, ah – você não desiste. Aposta num pop de cores mais escuras, com uma mensagem mais direta, e vai até um dos novos singles da islandesa Sóley, que lançou seu álbum “Ask the Deep” ainda esse ano; escolhe “Follow me down”, escuta, morre um pouquinho e envia pelo messenger o link e um pedacinho da letra – aquela parte sobre um seguir o outro até a praia para escrever seus respectivos nomes na areia e… “Fim de semana eu tô indo pra praia com uns amigos e rola chance de reencontrar o ex, ia ser tão legal se você fosse pra me fazer companhia…”. E você vai, né, porque ainda tá naquela fase “prefiro perder o amor do que perder a amizade”.

Emika – My heart bleeds melody

Mas o que começa com músicas tão românticas como esta acima, chega à fase da reflexão. Porque, sim, a pessoa que te colocou na friendzone vai twittar a respeito do futuro namorado ou namorada, e, involuntariamente, te deixará com o coração sangrando as músicas que te fazem lembrar o que você sente. E, enquanto esse sentimento foge do controle, você fica lá ouvindo o primeiro single do quarto álbum da Emika, “My heart bleeds melody”. A cantora faz um som eletrônico de fácil absorção e recomenda-se ouvir sozinho, com fones de ouvido.

Polaris – Everywhere

Gostaria de dizer que tive uma pré-adolescência parecida com essa. Mas não: dos treze aos dezesseis anos eu troquei cartas com uma garota de outro estado – vivíamos um amorzinho à distância tão gostoso (pelo menos era o que eu pensava, né), trocávamos presentes e indicação de músicas; achando que ela indicava Coldplay porque apaixonada, mandando presentinhos via sedex para agradá-la… Até que, certas férias de julho, ao entrar no orkut (!) dela, fui surpreendido com um álbum inteiro, com doze fotos mesmo, dela com o namorado. Foi a pior friendzone da minha vida. O que eu fiz? Exatamente o que “Everywhere”, música do relançamento de “Music from the Adventures of Pete & Pete”, da Polaris, manda: escondi as cartas de mim mesmo, coloquei as fotos que trocamos no armário, me livrei dos livros e CDs trocados… Mas não foi legal, porque ela estava em. Todos. Os. Lugares.

Ibeyi – Ghosts

Quando você finalmente renasce, porque do fundo do poço a única opção é subir, e ficar sofrendo porque alguém te fez de amigo é parte da vida, você dá play no duo francês/cubano formado pelas gêmeas Lisa Kaindé e Naomi Diaz. “Ghosts”, cantada em inglês e iorubá – língua trazida da África para Cuba através de escravos – a música fala sobre deixar fantasmas pra trás, reconhecendo que alguém mexeu com sua cabeça, mas que você quer escrever um novo começo. E ainda tem um finalzinho animado, algo tribal, com palmas e toadas de resolução que aquecem o peito.

E é bem isso que uma friendzone pede: resolução. Se você foi jogado para esta temível zona, amigos e amigas, lembrem-se que é emergencial sair dela, e só há uma maneira de fazer isso: declarando-se.  A vida é curta demais pra ficar insatisfeito! Fala a real: “ó, não to sendo legal, eu to te dando é mole, fica comigo”. Se ouvir um não, segue em frente – tem outros troféu. Se não der certo, você já tá na zona da amizade mesmo, aceite seu autorrespeito, abrace o aprendizado e abre o peito pra novos amores.

Qual foi a trilha sonora da última vez que você foi friendzoned? Continuaram amigos depois e você sofreu horrores ou perderam amizade e você sofreu horrores? Todas as respostas anteriores? Compartilhe! 🙂

Pelvini

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