[Você pode ler este texto ao som de Such Great Heights]
Você sabe aquele momento logo depois do encontro acontecer, que você se pega pensando duas coisas completamente opostas: a primeira é que foi legal e por isso deve acabar aí, e qualquer coisa que acontecer depois corre o risco de apagar essa memória divertida e a segunda é a primeira só que com uma dose de esperança. Talvez você tenha encontrado alguém legal. Talvez você devesse escrever sobre esse dia para que vocês nunca percam detalhes quando relembrarem disso anos depois.
Enfim, esse momento. Quando você descobre que você está a fim de alguém e que passará o dia seguinte completamente obcecada de um jeito nada saudável. Assistirá séries, andará de patins e aceitará ir naquela feira que você jamais iria apenas porque ficar em casa esperando alguma coisa é patético demais.
E a verdade é que mesmo na rua você fica. E, na boa, você só quer que a pessoa te mande uma mensagem. Uma mínima mensagem, um sinal que você possa decifrar como um “Ok, também gostei de ontem vamos ficar juntos de novo” ou “olha, foi super legal, mas vamos apenas continuar nossas vidas separadamente, ok?
Mas são 7 da noite e ele ainda nem mandou uma mensagem para você e está bem óbvio que não vai mandar. E a angústia começa a te consumir. Não é desistir que dói, é a dúvida. O não conseguir pegar o controle remoto e passar aquelas horas todas para frente até o momento que você finalmente descobre o que vai acontecer com você.
Quando você percebe que aquela noite não significou tanto assim para outra pessoa como significou para você. Que vocês não lembrarão dela daqui uns anos e que nunca criarão um perfil casal no Instagram. Sem casa no The Sims. Sem viagens no fim de semana. Sem crochê, sem bordados, sem adivinharem o prato do outro antes do jantar.
Essa descoberta, antigamente, significaria semanas tristes mas hoje tudo se resume a uma noite. As vezes nem lágrima tem. Não se fica triste pelo que mal começou, não se pode ficar triste por alguém que você nem construiu alguma coisa junto ainda, acho até errado.
Então você apenas respira fundo e encara uma noite horrível hospedando o que há de pior em você, com a certeza de que no dia seguinte os sentimentos já vão ter ido embora, e você poderá voltar a viver a sua vida intensamente.
Por isso que essa sensação é tudo. É libertadora. Quando você finalmente sabe a resposta, você está livre para continuar e transformar aquele encontro em uma memória agradável de uma noite agradável. Porque somos feitos de memórias, de pessoas, de experiências, de noites agradáveis, e também de perdas e frustrações.
E fique a fim de alguém de novo. Mas dessa vez, não espere ele ligar. Ligue você. Porque a vida é feita de memórias, de pessoas, de noites agradáveis, de perdas e frustrações e da escolha entre deixar que rompam sempre com você ou saber logo de uma vez se ele vai ser só pra hoje ou pra uma vida inteira. Aprenda a desistir.
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