[Você pode ler este texto ao som de Work Song]
Eu entro na sua timeline e nada aconteceu. Nem parece que você perdeu o amor da sua vida. Porque você contou aquela piada, porque você compartilhou aquele link do buzzfeed… porque você tá fingindo que está tudo bem?
Cada pedaço do meu corpo grita para você pedir para eu voltar de novo para sua vida. Cada pedaço de mim quer esquecer aquele dia que a gente se despediu, você imitando Ana Carolina com sua voz grossa e eu fingindo achar graça porque naquela altura toda risada que eu dava era falsa. Não que você não fosse engraçado, porque foi exatamente isso que me encantou em você, mas porque aquele dia não foi.
Se despedir de você não foi engraçado. Viver sem você muito menos.
– Você se arrepende de ter me conhecido?
– Nunca
– Por quê?
– Nossa história rendeu pelo menos uns 8 textos.
– Vaca
– Hahaha.
– Eu tô falando sério
– Eu também. Uma vez você disse que tinha se arrependido
– É verdade. Mas eu só queria te machucar naquele dia. Te afastar.
– E deu certo?
– Não.
– Nunca dá.
– Fico pensando como é para você. Ter deletado meus emails, minhas fotos, nossas fotos juntas.
– Era coisa pra caralho.
– Pelo que eu lembro a gente só parava de conversar quando dormia.
– Dormir era como morrer. Qualquer segundo longe de você era a pior coisa que existia
– Até que chegou aquele dia.
– Sim.
– E a gente nunca mais conversou.
– Sim.
– Você disse que eu ia te esquecer em 15 dias.
– Acertei?
– No 14º eu já tinha esquecido.
– Eu sei o que você está fazendo aqui.
– O quê?
– Me afastando de novo
– Talvez. Talvez essa conversa seja apenas para colocar um ponto final nessa história
– Assim, do nada?
– Cansei de ficar me perguntando o que é que você pensa. Aliás, te mutei no Twitter faz tempo.
– E no Facebook..
– … marquei para não receber tuas notificações.
– Sabia. você nunca mais interagiu.
– E o que é isso agora?
– Má, você sabe que a gente não tá tendo essa conversa de verdade, né?
– Não?
– Não, você só tá pensando como seria se a gente tivesse voltado a se falar.
– E seria assim?
– Aham.
– E tu me daria um beijo na testa quando se despedisse de mim?
– Aham.
– E tu concorda com tudo que eu digo só porque sou eu que estou imaginando essa conversa?
– Aham.
– Hum… isso pode ser interessante
– O quê?
– Lembra daquela vez que a gente discutiu porque você estava errado?
– Sim. Não, pera… para de fazer isso. Você não pode mudar minha consciência só porque está inventando essa conversa. Você sabe que eu nunca diria isso.
– Não sei… será?
– Vaca.
– Nem parece que você perdeu o amor da sua vida.
– Me usando em mais um dos seus textos. Nem parece que me amou de verdade.
– Claro que amei.
– Claro que perdi o amor da minha vida.
– Você se arrepende de ter me conhecido?
– Nunca.
– Por quê?
– Nossa história rendeu pelo menos umas 8 punhetas.
– Imbecil.
[Originalmente publicado no blog Eu Não Me Importo]