Ah, o amor… Há quem diga que o amor foi feito para as artes e unicamente para elas. Um sentimento utilizado para promover a catarse humana. Assim, todos os aspectos dos amores felizes e tristes poderiam ser levados em conta em suas dimensões mais extremas. Na vida real, por outro lado, o amor pode ser um sentimento um pouco destrutivo – ou, talvez, a maioria de nós não esteja preparada para lidar com as nuances da beleza de um amor interrompido, ou de um amor triste, ou de um amor platônico que dura por anos.
É por isso que a gente recorre tanto ao cinema, à literatura e à música. A gente precisa se encantar e se desencantar com histórias dos outros, por mais que sejam fruto de imaginação de algum autor criativo ou que sejam autobiográficas. Aos desencantados na vida real, um livro pode servir para reacender aquele desejo de se apaixonar por alguém (ou por algum aspecto da vida que tenha perdido o brilho). Portanto, nesse texto, listaremos 3 livros recentes que têm o potencial de fazer com que você se reapaixone – nem que seja por você mesmo ou pela literatura.
Os amores interrompidos possuem uma beleza quase que secreta. O casal do livro se conhece e passa a se encontrar uma vez por ano durante 20 anos. Você vai perceber que um relacionamento depende muito mais do que amor – e é composto por timing, sorte, vontade, lugar e condições certas – para que vingue.
A dupla de protagonistas é maravilhosamente humana. Aposto que você vai se identificar tanto quanto eu. E se colocar na situação deles – de levar uma vida sem o outro e sem saber qual é o papel ideal do outro em sua vida – se torna algo muito fácil para quem os lê. Esse é um daqueles romances que vão brincando com o sorriso, o desespero, a tristeza e o ódio do leitor enquanto as páginas vão sendo viradas. Se você não quiser se apaixonar, recomendo que não o leia.
Trecho do livro: “Se fosse embora agora, provavelmente nunca mais veria aquele rosto, a não ser talvez em alguma terrível reunião dali a dez anos. Ela estaria mais gorda e se diria decepcionada, reclamaria por ele ter ido embora sem se despedir. Melhor sair em silêncio, e nada de reuniões comemorativas.
Seguir em frente, olhar para o futuro. Haveria muitos outros rostos bonitos à frente.
Mas, assim que tomou a decisão, a boca da moça se abriu num sorriso largo e ela falou, sem abrir os olhos:
— Então, qual é a sua conclusão, Dex?
— Sobre o quê, Em?
— Sobre eu e você. Você acha que é amor? — deu uma risada grave, os lábios bem apertados.”
Imagine que todas as suas vozes – aquelas que gritam sobre a dor, sobre a perda, sobre o riso, sobre a felicidade e, principalmente, sobre o amor – resolvessem se reunir num único ponto e desabafar. Um livro de cartas – um dos meus gêneros preferidos de escrita – é sempre uma boa pedida pra quem prefere uma leitura mais particular. Interceptar cartas que não foram escritas pra gente é um exercício curioso de espionagem. Parece que nos pegamos abrindo segredos e revirando-os por completo sem pudor algum até que um deles nos atinja de uma forma devastadora.
É um livro para pessoas sensíveis, no sentido de que todas as cartas falam algo sobre alguém e para alguém. O leitor precisa se deixar levar pela escrita polida e leve de Martha Medeiros até quando se encontrar perdido numa história que pareça ter saído do seu próprio diário.
Trecho do Livro: “O que eu chorei naquela noite, quando tu me disse que o bebê não tinha vingado, bem no dia que eu tava no interior, tu escolheu o dia certinho, eu pra fora da cidade, e te encontro tarde na cama, quase madrugada, tu toda mole e com voz de quem tava doída, e era armação, tu foi lá e tirou, nem me perguntou antes, como se tivesse feito a criança sozinha. Não pensou em mim, não teve a decência. O que eu chorei, nem tem como dizer. Mas por ti não escorro mais uma lágrima, por ti não dedico mais um pensamento, vou pra bem distante e te extrair como tu fez com o bebê e comigo. E se eu souber que tu teve filho com outro, reza. Eu aguento quase todo balaço que me vez, mas traição de mulher que a gente gosta é desaforo além da conta, tu me deve essa e puxa tuas ave-marias pra eu não te pegar. Traíra, sem-vergonha, meu amor.”
Quando você perde o seu referencial afetivo e vê o seu mundo desmoronar, o que sobra? Essa é a pergunta que o protagonista do livro se faz assim que seu casamento termina – contra a própria vontade – e ele é internado numa clínica psiquiátrica. Depois de um tempo, ele tenta reconstruir a vida. Mas refazer um caminho já perdido, quando o relacionamento é cortado por uma das partes que rejeita o amor que recebe, não há muito o que ser feito.
É nesse momento que o destino parece aprontar uma boa com o nosso protagonista e resolve colocá-lo de frente a uma nova amiga: jovem, bonita e totalmente desequilibrada emocionalmente. O livro mostra que certos erros de percurso são mais do que necessários para que a gente consiga reestruturar a nossa perspectiva amorosa do zero. E dá pra ver que se fixar num ponto cego – numa paixão cega por alguém que já não é mais o grande amor da sua vida – é mais desgastante do que se imagina. Ah, e parece mostrar também que pessoas erradas e ferradas emocionalmente podem encontrar nelas mesmas grandes oportunidades de um recomeço.
Trecho do livro: “- Socialmente você é uma droga, e tem problemas.
– Eu tenho problemas? Você diz mais coisa inapropriadas do que qualquer coisa!”
“- Como é seu trabalho?
– Bom, na verdade, eu fui demitida.
– Sério? Como?
Eu transei com todos do escritório.”
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