De poesias manchadas no guardanapo que interrompem bate-papo de bar. De foto três por quatro morando na carteira. De choro. De olho no olho. De amor à primeira vista. De gostar de abraços largos. De não dá-los. De vontades que explodem e preenchem o caminho de volta para casa. De madrugadas. De planos abertos pelo retrovisor do carro. De baixar a cabeça e fugir para o balcão. Uma cerveja e dois copos! De dedos costurados dentro de uma sala de cinema escura. De nuca. De nunca mais vou beber. De flerte no meio de trombadas. De meias palavras. De tudo escrito. De tudo acabado desta vez. De voltar atrás. De olhar de longe. De fingir que não viu. De mentir que não fuça. De declarações duras. De tapas leves. Que dizem verdades. De acreditar em vou aparecer mais. De não rasgar fotos. De escrever pessoas em uma bexiga de gás e olhar para o céu enquanto elas se apagam de mim. De cair na mesma história. De novo. Do mesmo jeito. De não prevenir nenhum desgosto. De passar a borracha em um número de telefone. De esquecer que passou. De contar que passou. E esquecer também que contou. De ligações no dia seguinte. De ligações perdidas. De propósito. De alôs mais gagos que convites. Ao vivo. De desligar o telefone e deixar o silêncio dialogar. E de atacar as reticências às páginas brancas. De me conhecer só assim, já que sou dessas que gostam de.
Priscila Nicolielo escreve até correio elegante. Roteirista do programa Esquadrão da Moda (SBT) por amor e dinheiro. Dramaturga em coma. Publica seus impulsos aqui e ali; sendo aqui, seu blog; e ali, seu tuíter.
Ela é a autora desse texto e, se eu fosse você, correria agora no blog dela para ler mais. É só clicar aqui.