Levanta dessa cadeira e desliga o computador, vai. Não precisa ir correndo, pode demorar um pouquinho e ir matando a preguiça de levantar. Dá um estalo na coluna ao se espreguiçar lentamente pela sala com a roupa que você tiver aí. Começa a rolar a na cama devagar, de um lado pro outro até cair. E ria. Isso mesmo, no imperativo. É uma ordem que expressa um desejo bacana de que você seja feliz hoje. Mas não quero que você se obrigue a ser feliz, não. Isso é chato e tudo o que é chato deve ser consumido apenas quando necessário. É pra te ajudar a espantar o tédio aos poucos. Já tá de pé? Então liga o rádio em alto e bom som e também liga pra alguém. Aliás, não desligue se cair na caixa postal, não. Deixe um recado bem humorado que vá fazer a pessoa do outro lado abrir um sorriso. Se atenderem, divirta-se com a confusão do som e da fala. E ria novamente como se fosse uma ordem que você quer seguir.
Convoque uma revolução na sua vida e diga que de agora até daqui a pouco você vai ser completamente pirado. Não precisa ser daqui por diante, não. Eu acredito que você pode mudar esse seu jeito de ser e de querer a vida amanhã de manhã. Vai depender do seu humor ou da cor do céu ou da ligação daquela tal pessoa ou da qualidade do seu sono. E não adianta mentir porque eu sei que você tá aí esperando a ligação ou e a mensagem de alguém. Mentira. Pode disfarçar sim. Ninguém precisa saber de todos os seus segredos. Aliás, não conta os seus segredos todos pros seus amigos não, hein… É bacana permanecer com alguns mistérios próprios e mistérios nossos. Se revelar logo de vez faz com que você perca o seu lugar na lista dos indecifráveis do mundo.
Encare as coisas com menos pontos e menos exigências e menos porquês e menos janelas fechadas e menos guarda-chuva e mais continuações. Você pode dançar ao ritmo dessa música que tá tocando ou fechar os olhos para se imaginar em uma cena qualquer. Vai, me diz: onde você gostaria de estar agora? Fecha os olhos, respira fundo e prende o riso. Sério! É um exercício que eu espero realmente que você faça – e com o som ligado tocando a sua música preferida. Se você não sentiu vontade de sair pulando por aí: escolha outra música preferida. Uma música que não seja tão mandona quanto esse texto. Uma música que te lembre de um playground nos seus oito anos de idade ou que lembre a primeira vez em que você foi à praia. Escolha uma música que te arranque sorrisos em vez de lágrimas. E siga esse conselho pra vida toda na hora de escolher trabalhos, escolher pessoas, escolher amores, escolher até mesmo aquela viagem que você tanto quis fazer. Escolha por você e não pelos outros. Porque escolher pelos outros é imposição e isso não chega nem perto do significado da palavra escolha.
Se leve menos a sério e mais aos lugares que gosta. Você vai perceber que tem muito lugar por aí com cheiro e sabor de lar que não é bem a sua casa. E também vai perceber que tem muita gente que transforma um lugar qualquer em lar se você estiver bem acompanhado. Vai que você dá a sorte de ir à praia com os amigos e se descobrir apaixonado pelo pôr-do-sol? Descubra-se aos montes (mas não conta pra todo mundo, lembra?). Ah, se eu fosse você, também não deixaria de comprar um bom filtro solar. É que o Pedro Bial disse que fazia bem e, desde então, eu quis aconselhar isso a alguém quando tivesse a oportunidade. Mas pode deixar pra lá essa última parte se quiser. E eu já disse pra você desligar esse computador e ir fazer tudo isso. Então, por que você ainda tá lendo até aqui? Vai lá e aproveita a vida!