Definitivamente, não dá mais. Não dá mais para fingir que nada aconteceu com a facilidade que você tem para esquecer as coisas. Não dá mais pra me fazer de forte e encarar teu rosto dia após dias. Não dá mais pra ser irônico, pra ser engraçado, pra ser forte. De repente, soltar o escudo me pareceu a coisa mais sensata a se fazer. Receber essa dor diretamente no peito, sem ter mais o que me separasse da verdade, sem ter mais algo que me escondesse das coisas que eu não queria ver. Você superou. Foi um Adeus sem até mais.
Você ainda me prende a você. Voluntariamente. Involuntariamente. Inconsequentemente. Não dá para encarar as tuas ironias, nem a destruição em massa que você provoca na minha vida. Não dá mais para tentar construir alguma coisa em cima desse vazio que sobrou. Não dá mais para tentar ignorar o mal que você me faz comparado à pequena felicidade que eu tenho por ainda te ter por perto. O som da tua risada me dói. O brilho do seu sorriso me dói. Ver você feliz me dói. E quem disse que o sofrimento não era egoísta?
Sabe aquele papo de deixar o passado para trás e olhar pra frente? Aquele papo piegas de que é necessário se desfazer do que não nos serve mais, não nos faz mais felizes, não nos acrescenta mais? Pois é. Essa é você. Você me subtrai a cada palavra nova. Você me diminui a cada beijo novo. Você me deixa pior do que nunca todas as vezes que nos vemos. Ah, meu bem, em pensar que um dia você foi a razão da minha felicidade. Não sei se chego a te odiar, mas eu odeio pensar que as coisas podem não ter tido o mesmo peso para nós dois. Um peso e duas medidas. Nenhum peso e a minha medida.
Ouvi dizer por aí que você já está com outro alguém. E, sinceramente, espero que vocês não dêem certo. Te ver feliz sem mim é o pior dos meus pesadelos agora. Muitos vão me recriminar, vão dizer que eu estou errado. Mas é o que eu sinto agora. Talvez um dia eu consiga te olhar sem ter vontade de pegar uma borracha e apagar tudo o que a gente viveu ou pareceu viver. Talvez um dia eu consiga te olhar e não ter mais mágoa nem sentir aquele aperto no peito pelo motivo que eu sempre soube. Talvez um dia eu não precise mais te olhar e isso se cicatrize de vez. Talvez, talvez, talvez.
Boa sorte. E que você seja menos infeliz do que eu vou ser por bastante tempo.