Sobre “O Homem do Futuro”, desafios e amores de cinema.


Uma coisa que eu detesto é ter que ler críticas de filme. São raras as vezes em que eu concordo com algum ponto de vista ou opinião emitida por críticos. Às vezes me parece que eles são os que menos entendem de cinema. Por isso sempre dou voz ao público para saber se vale a pena ver alguma coisa. E foi dessa maneira – ouvindo comentários e vendo o maravilhoso teaser – que fui levado aos cinemas para assistir ao nacional ” O Homem do Futuro”.

O necessário aqui é saber que o filme fala sobre a possibilidade de se voltar ao passado para alterá-lo e recuperar o grande amor da vida da personagem. Saí com um sentimento de reflexão que aproveito pra dar gancho a uma tese: não importa o quanto a gente queira alterar o passado, algumas coisas foram feitas pra dar errado e são necessárias para aprendermos a superar.

Os relacionamentos são centrados em necessidades e desejos diferentes. Ao contrário do que todo mundo pensa, eu não acredito que todo relacionamento tenha que ser bom como um mar de rosas. Isso é o que queremos. Mas passei a entender que algumas situações são feitas pra que a gente sofra. Isso é uma necessidade. Mesmo que nos leve a rumos perturbadores ou que não convenham às nossas vontades. Alguns relacionamentos não foram feitos nem para serem superados. Foram feitos pra serem deixados de lado. Que atire a primeira pedra quem nunca teve de abrir mão de algum grande amor por causas e necessidades naturais? E quem nunca quis voltar no passado e mudar isso? Eu mesmo teria mudado um sem número de ocasiões.

Não queria cair naquele clichê de dizer que sofrer é necessário. Nem que sofrer é bom. Nem dizer que é preciso superar alguns amores perdidos. Não. Quero dizer que algumas coisas nunca vão ser superadas, que vamos sofrer muito e que talvez nunca seja possível esquecê-las. E não quero dizer que é melhor assim. Mas é um desafio. Um desafio que amores reais vivenciam. Aquele desafio real em que cada um tem que passar, sozinho, por relacionamentos bons e ruins que acabam ou são interrompidos, onde o sentimento não se acaba, mas se perde no tempo. Aquelas situações em que sofrer é evitável, mas que põe em jogo outras dezenas de situações que deixariam de acontecer caso nós optássemos por caminhos alternativos.

O sofrimento é algo necessário. Mais cedo ou mais tarde, em qualquer vida que tenha se arriscado a participar desse paradoxo que se chama amor. Mas olhem pelo lado bom: só se morre de amor no cinema. Que me perdoem os românticos, os depressivos e os suicidas. Mas essa é a verdade. Ninguém morre de amor. A gente aprende a conviver com ele nas suas infinitas formas. E acaba transformando uma delas na nossa, criando categorias complementares à nossa realidade, acreditando piamente que conseguimos vencer o tal desafio.

Pois é. Escrevo um texto desconexo, sem sentido e cheio de clichês. Mas vai, admite. No fundo, no fundo, você sabe que o amor é assim também. Só não sei se você o mudaria se tivesse a oportunidade.

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