Duvido que você olhe pra mim da mesma forma que eu te vejo. Não é questão de não olhar: é questão de ver.
Duvido que você entenda quando eu insisto em remar numa canoa furada. Não é questão de sobreviver: é de querer prolongar a sua companhia.
Duvido que você seja tão neurótica quanto eu sou esperando uma só palavra. Não é questão de vigilância: é de querer ser mencionado.
Duvido que toda a dúvida que tenho saiba que é sobre você. Não é questão de egoísmo: é de me permitir duvidar sobre um acaso repentino, no meio de um deserto de fatos, que me fez te enxergar tão longe. Isso tudo enquanto eu não via, não fazia questão de prolongar companhias e nem de que falassem comigo.