“Pare de chorar// É um sinal dos tempos// Bem-vindo ao último show// Espero que esteja usando suas melhores roupas// Não dá para subornar a porta que dá entrada para o céu// Você parece muito bem aqui em baixo// Mas você não está bem de verdade”
Vindo de uma boyband teen, Harry Styles lançou essa semana o seu disco novo, que leva o nome do próprio. Fugindo quase completamente da sonoridade já percebida nos discos do One Direction (banda que lançou o cantor no mundo), e se você não é muito fã de boybands (especialmente teens), você ficará tão surpreso quanto eu ao notar o amadurecimento do cantor.
“Criatura linda// Tivemos outra conversa sobre onde estamos errando// Mas ainda somos jovens// Não sabemos para onde estamos indo// Mas sabemos onde pertencemos// (…) Dois corações em um lar// É difícil quando discutimos// Nós dois somos teimosos, eu sei, mas oh// Criatura linda, criatura linda// Onde quer que eu vá, você me leva para casa”
O disco que tem, em sua maioria, arranjos de guitarra/violão, poderiam te levar ao folk ou beirando o country, mas não. A maioria das músicas soa como algo que Elvis estaria cantando, décadas atrás, ou mesmo algum dos integrantes do Beatles. E falando em Beatles, a faixa a seguir, chamada “Sweet Creature”, tem uma sonoridade incrivelmente semelhante à “Blackbird”, de 68, e isso não é nada ruim. Pelo contrário, é ótimo percebermos o resgate ao estilo.
“Escolha suas palavras porque não há antídoto// Para esta maldição que está vindo// (…) Oh, me diga algo que eu já não sei// Brooklyn me viu, avenidas vazias// Não há água dentro desta piscina//Está quase no fim, é o bastante de você.// Estive orando, nunca fiz isso antes// Entenda que estou falando com as paredes”.
Com um disco coeso e uma pegada rock/70’s, Styles pode se consagrar como um grande artista dessa geração, acompanhando não só o público teen que já o acompanhava no “One Direction”, mas também jovens/adultos que gostam do gênero tocado pelos Beatles e encontram, nesse álbum, uma sonoridade atual e semelhante.