[Você pode ler este texto ao som de Já Sei Namorar]
Toda a vez que escuto essa maldita frase é como se eu levasse um soco na boca do estômago. Como se precisasse interromper algo que ainda nem comecei, enquanto revejo a minha forma de agir e pensar sobre determinada situação ou pessoa. Pois bem, entendo que, se fosse possível não criar expectativas, não existiriam motivos para sentirmos saudades, e muito menos razão para deixar uma escova de dentes, shorts e um chinelo, com ânsias de uma próxima vez na casa de alguém.
Como é possível alguém em sã consciência não sucumbir às boas doses de loucura que só o entusiasmo consegue nos proporcionar? Claro que o afeto não tem culpa de ser malcriado, o coitadinho não pediu para nascer entre as mensagens, os abraços e os filmes que assistimos juntos, ele só entrou sem pedir licença e se acomodou, mesmo à contragosto dos envolvidos. O fato é que não se pode esperar receber do outros aquilo que lhes é oferecido por nós, com a melhor das intenções, e não digo isso em tom de quem muito sabe, mas de quem pouco viu reciprocidade em atitudes.
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Quando me enfio em um relacionamento, acho que será pra sempre, mesmo que não vire a primeira quinzena do mês de agosto, e se perca na primeira esquina que esbarrar em um sorriso mais convidativo que o meu (o que não é lá muito difícil). Mando beijo, pergunto se chegou bem ou se está precisando de algo que esteja ao alcance das minhas mãos (ou do meu corpo, por que não?). Óbvio que precisamos de uma boa dose de calma, com dois dedos de respaldo, mas é apenas demonstração de interesse. Ninguém está pedindo ninguém em casamento ou batendo à janela, às 3:00 da manhã, com dez dúzias de rosas vermelhas e uma banda de mariachis.
Se eu não puder me entregar, é melhor que me devolva antes que eu aceite os convites para as próximas cervejas. E não estou dizendo que sou uma pessoa fácil, porém não costumo complicar as coisas quando estou a fim (joguinhos são uma bela bosta). Falo na lata! Foi-se o tempo em que eu tentava manter as aparências, disfarçando as evidências. Se eu não disser, alguém vai dizer, e pode ser que não seja pra mim. Enquanto eu puder cuidar não abro mão, mesmo que não me pertença. Pecar pelo dito “excesso” talvez seja a melhor maneira de aprender a lidar com a falta.