Dança comigo


[Você pode ler este texto ao som de I Wanna Dance with Somebody]

Sei que você não gosta, que não é muito o teu estilo. Você prefere dançar sozinha, como se a pressão de dançar com outra pessoa fosse muito pesada para teus pés tamanho trinta e seis.

Ainda assim, vem cá, você sabe que eu te amo muito pra não tentar segurar sua mão e balançar devagarzinho junto contigo.

Pode ser sem música, mesmo. Eu não vou me importar – até porque, com o perdão do clichê, colado em ti eu nem vou ligar se estaremos dançando ao som de uma valsa ou de heavy metal islandês.

Se não quiser dançar comigo em pé, podemos dançar deitados – nossos pés entrelaçados, a gente em silêncio, alguma luz entrando no quarto de manhã ou um escuro completo às duas da manhã depois de ver-uma-série-conversar-dar-risada-assistir-vídeos-de-gatos-e-cachorros-e-falar-‘nossa-são-duas-da-manhã-né-acho-melhor-a-gente-ir-dormir’.

A gente também não precisa de palco, viu? Podemos dançar acima ou em cima desses anos e alguma coisa, num lugar tão alto que ninguém pode nos ver e julgar a nossa performance. A gente dança andando pra frente, andando pros lados, mas sem dar passo para trás. Já fizemos isso demais e está fora de moda, especialmente pra nós dois.

Dança comigo usando sua roupa de bailarina, dança comigo usando todos seus moletons de uma vez só, dança comigo usando lingerie, dança comigo usando o que você quiser. Só peço que dance comigo, assim, pertinho, e só para se você perceber que seus pés não reagem mais aos meus. Enquanto eles ficarem quentinhos de noite, não apenas pelo efeito das cobertas, vem,

Meu amor,

E dança comigo.

lucasbaranyi

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