Me chamou a atenção quando saíram os novos trabalhos de Pitty e de Mallu Magalhães (Banda do Mar). Eram elas, mas eram outras. Mais maduras, musicalmente falando.
A primeira, mais adulta, refletindo suas experiências de 37 anos de idade. O último álbum da cantora, o Setevidas, lançado em 2014, mostra um emocional contido e forte. Até melódico (refiro-me a música “Do Lado de Lá”, que tem um piano intenso. Dizem que a canção foi escrita em homenagem ao ex-guitarrista da banda, Peu Sousa, morto em 2013).
Claro, todo crescimento é difícil. Acho que Pitty está se reinventando, com novos riffs, letras reflexivas e pessoais. “Pouco”, a música que abre o álbum, é pesada e mostra que Setevidas é diferente do rock de Admirável Chip Novo, Anacrônico e Chiaroscuro. Isso sem mencionar o projeto Agridoce…
A questão é que nessa mudança toda, Pitty ainda não achou um novo “Equalize”. Talvez porque ela já tenha conquistado seus fãs num ponto que não precise mais de uma baladinha linda para ser sucesso. Ou talvez porque, depois de quatro anos sem nenhum trabalho inédito, o que ela tinha para dizer era mais importante do que um hit. E eu sou mais a favor dessa segunda opção.
Mallu Magalhães, por outro lado, começou a fazer sentido. A menininha de “Tchubaruba” caiu no esquecimento. Agora, ela é a Velha e Louca que nos conquistou e, ao lado do namorado, Marcelo Camelo, a Banda Mar faz um rock-retrô-praiero delicioso.
O primeiro single, “Mais Ninguém” tem letra fofinha (algo que eu adoro na Mallu. Bem mais do que a voz e o jeito de cantar) e um ritmo dançante. Pronto! Conjunto perfeito. Para quebrar um pouco, os vocais no álbum são compartilhados com Camelo, o que me agrada muito, porque acho o timbre dele relaxante e agradável na medida certa, sem alcançar a chatice.
Eu gosto quando os artistas apostam em uma nova vertente. Banda do Mar foi o acerto da Mallu – e o resgate do Marcelo Camelo.
Se você ainda não tirou suas próprias conclusões sobre as duas artistas aqui apresentadas, dá pra ir conferir de perto: ambas se apresentam no Lolla esse ano. E eu recomendo.
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