Pastel de feira dominical, recheio: palmito. Foi rotina durante anos; vinha naquele saco cor indefinida, de artísticos contornos engordurados por absorver, levemente, o óleo da fritura, o qual, estranhamente, parecia também conferir um sabor extra, algo na linha refrigerante de latinha versus refrigerante de garrafa. Tenho essa referência: meu pai buscava logo pela manhã, quase …

Noutro dia, um amigo queria ter um país só seu – algo um pouco ditatorial, não? -, meio Pink, meio Cérebro, meio Kim Jong-Un, e imaginava seu rosto estampado em muros, ovações desenfreadas e cânticos que o saudariam como um novo messias, jurando que chamaria esse país de Pasárgada, e eu, como seu amigo, seria …

Por minha culpa, devido aos momentos turbulentos que temos na vida, onde o conflito interno se expande tal qual um big bang. Pensei sobre: Quando nos encontramos totalmente falíveis, é que nos percebemos ainda mais humanos; não há absolutamente nada mais humano que os sentimentos, são cristais parecem, basta observar a fragilidade deles, a nossa, …

[Você pode ler este texto ao som de Everybody’s Gotta Learn Sometimes] A dureza do amor é o imaginar como um belíssimo script, mas ter que o reescrever com certa frequência, readaptando-o. Ainda que vivamos na mais completa modernidade, o amor segue retrô, sua eternidade nos interessa, e essa ideia parece-nos cada vez mais aprazível, …

Pegavam-se como se estivessem se complementando, algo como fogo e ar, alimentavam-se de si. Língua, mãos, pés e dedos confundiam-se numa coreografia pouco ensaiada. Era um pouco risível se visto de fora, mas tinha energia, vontade e desejo, afinal, não é das coisas mais fáceis quem tenta manter um beijo e tirar a calça ao …