Se eu soubesse que a gente ia se destruir


[Você pode ler este texto ao som de Misguided Ghosts]

Eu teria me preparado melhor, sabe? Talvez eu tivesse usado um colete à prova de balas ou uma cama elástica no lugar onde caí.

Se eu soubesse que a gente ia se despedaçar tanto, eu teria comprado uma fita isolante para cobrir os buracos aos pouquinhos. Ou talvez aquela cola “Super-Bonder” fosse capaz de reparar as rachaduras que suas palavras foram causando aos pouquinhos.

Eu pensei que ignorar as pequenas mágoas seria o suficiente para esquecê-las. Não me avisaram que o buraco só ficaria maior e maior no meu peito a cada decepção.

Se eu soubesse que tudo ia ficar tão frio, eu teria preparado um café. Mas muito café, sabe? Bem quente, e que servisse a nós dois. Talvez assim você se distraísse com ele e esquecesse de ir embora. Ou, talvez, ele aquecesse nós dois e não faria você puxar toda a coberta.

Ou talvez eu teria comprado um suéter maior, daqueles bem aconchegantes, que talvez até coubesse nós dois. Deus sabe o quanto eu me adaptei para te fazer caber, mesmo você fazendo todos os esforços para não ser a peça tão preciosa faltando no meu quebra cabeça.

Se eu soubesse que você sempre tentaria colocar tudo contra mim, eu teria sido mais macio. Por que eu sei a dor das palavras duras que você disse, e eu sei a dor de sentir que sou o único errado.

Porque eu aprendi a reconhecer os meus erros, mas eu não fui capaz de te ensinar isso a tempo. A tempo da gente se destruir sem se preparar para o que pareceu o meu próprio fim do mundo.

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