Teoria quase-romântica sobre como você moldou a sua vida amorosa.


Em um relacionamento, não são apenas manias ou hábitos que nós adquirimos do outro e que nos marcam. Eu posso pensar em pelo menos uma lista de coisas que ficam conosco, além das experiências e que vão sendo acumuladas ao longo da nossa fatidíca vida amorosa. É que o convívio romântico molda toda uma gama de questões comportamentais e psicológicas em nós.

Um exemplo claro disso é quando se termina um relacionamento. Ela era morena de cabelos longos, olhos verdes, baixinha, tinha um piercing de argola no nariz e ouvia Strokes como se não houvesse amanhã. E você a amava. Você pode não ter pego a mania dela de ouvir strokes, nem ter colocado piercings pelo seu corpo só porque ela tinha. Mas uma das consequências desse relacionamento é que ele pode ter moldado suas experiências amorosas posteriores.

Daí você me diz: amigo, que besteira ! Como isso pode acontecer ? E eu tento te explicar a minha visão doida sobre como ETs ainda não nos mataram com suas armas de raio laser. Caro amigo, pra mim, existem duas variantes pós-relacionamento traumático ou marcante. Umas dela é a reflexiva e a outra é a destrutiva.

Vou explicar esses termos bonitos ou estranhos que eu costumo usar de vez em quando e ninguém gosta de ouvir. Imagine que você tem uma relação forte como o seu primeiro amor. É alguém que você conheceu, que te encantou, que te fez acreditar que existe aquela coisa Hollywoodiana de amor e suas vertentes mais melosas e tal. Daí vocês terminam. Você vai passar por aquele período de luto romântico que eu falei em outro post. E depois disso ? Você superou, certo ? Errado. Você superou a pessoa, o sentimento, mas ainda restam características daquele relacionamento em você.

“I love her smile. I love her hair. I love her knees. I love how she licks her lips before she talks. I love her heart-shaped birthmark on her neck. I love it when she sleeps.”

A primeira situação que remete à variante reflexiva é: você vai procurar em todas as mulheres que vierem depois por um pouco dela. Mesmo que você negue, seu subconsciente vai fazer com que tudo se torne mais fácil caso a próxima menina por quem você se apaixonar use uma argola no nariz ou ouça Strokes. Isso acontece porque você, provavelmente, associa todas as coisas boas daquele seu relacionamento às características da pessoa. E daí, meu amigo, você pode acabar caindo num ciclo vicioso de sempre buscar pelo mesmo perfil e pelo mesmo tipo de pessoa como uma forma de substituir em outra pessoa tudo aquilo que você gostava nela. E que achava que te faziam feliz. Pois bem, as coisas não são tão fáceis assim. Por mais que a sua próxima namorada tenha o combo característico da sua ex… elas continuam sendo pessoas totalmente diferentes.

A segunda situação é o oposto da primeira e remete à variante destrutiva. Você amou a sua ex e tal, mas acabou. Daí que acabou de uma forma péssima: ela te trocando por um guitarrista de banda de quintal que usa chapinha e calças coloridas. Sinto por você, amigo. Mas a vida segue. O fato é que você odeia aquela vaca que te prometeu que a vida seria feita de cerveja e pizza pra sempre. Então, o mais provável é que você associe todas as características dela à uma experiência negativa, à parte ruim do relacionamento. Strokes te lembrará todas as brigas por causa de jogos de futebol e olhos verdes vão te lembrar aquele olhar de reprovação por você não ter ligado antes. A partir daí, todas as mulheres que você vir a conhecer num futuro próximo ou não e que tiverem as características dela serão repelidas pelo seu subconsciente. Sem querer, você vai achar que somente poderá dar certo com loiras de cabelo curto e olhos castanhos que ouvem Beyoncé. Tudo bem, não precisa exagerar tanto. Mas é o exemplo para demonstrar o quão destrutiva será a imagem dela na sua vida posterior.

“I hate her crooked teeth. I hate her 1960s haircut. I hate her knobby knees. I hate her cockroach-shaped splotch on her neck. I hate the way she smacks her lips before she talks. I hate the way she sounds when she laughs.”

Essas duas variantes que dão base à minha louca teoria são bastante 8 e 80. O meio termo é você ser uma pessoa sortuda e não ligar muito pra isso. Fazer parte daquela galera que acredita que homens vão procurar uma mulher que lembre sua mãe e mulheres vão procurar homens que lembrem seus pais. Eu, particularmente, acho isso um pouco doentio, por mais comprovado que seja. Mas, pra todo o resto de nós, acho válidas as teorias. O problema aqui é como prosseguir com as influências que tivemos com um primeiro amor ou com um relacionamento marcante. Temos que avaliar todas as alternativas antes de tomar aquela decisão entre nos aproximar ou repelir algumas pessoas.

E antes que seja tarde ou que isso se torne um ciclo vicioso, acho legal a ideia de que cada relacionamento tem algo de bom e ruim e que isso nos afeta de alguma forma. A diferença é que podemos escolher em quais níveis seremos afetados. E se preferimos moldar uma vida baseada em erros ou acertos anteriores ou se arriscaremos algo novo.

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