[Você pode ler este texto ao som de Boys Don’t Cry]
A música dos anos oitenta não faz o menor sentido.
Não, eu não tenho a mínima base teórica-musical para solar meus argumentos numa discussão sobre isso, e na verdade, não falo em tom de crítica. Mesmo. O rock dessa época é o meu estilo de música favorito. Entretanto, é uma simples constatação que passei a assimilar já tem algum tempo.
Se você tiver na sua audioteca alguma música oitentista, dê o play. Você vai entender do que eu estou falando. Ao mesmo tempo em que os vocalistas estão se esgoelando, pondo pra fora todo o sofrimento de uma letra extremamente intimista e romântica, as guitarras estão fazendo um riff animado e a bateria segue em um compasso dançante.
Eu nunca entendi como as pessoas poderiam estar dançando e sorrindo quando musica que diz: “Love will tear us appart again” está tocando. Mas elas o fazem. Você o faz, e eu também.
Refletindo sobre isso, consegui entender como um tipo de música tão esquizofrênico está vivo e pulsante até hoje. A música dos anos oitenta, é tão popular e atemporal somente porque toca no único ponto comum entre as almas de todos nós: nossas derrotas.
Existem inúmeros tipos de amor ao meu ver, e somente um deles é universalmente conhecido por qualquer um que ja tenha amado: o amor ido. Amores perdidos são, invariavelmente, histórias bonitas contadas com uma trilha sonora agitada e empolgante ao fundo. Há versos e clímax, há sentimento e há final. Igualzinho a uma música de pop-rock oitentista.
Histórias de amor finadas são nada mais que uma música dos anos oitenta. E e como toda música dos anos oitenta, não faz sentido ouví-las.
Mas todos nós temos aquelas que ainda sabemos cantar de cor.
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