Você ainda fará alguém chorar, e não adianta fugir disso


Por minha culpa, devido aos momentos turbulentos que temos na vida, onde o conflito interno se expande tal qual um big bang.

Pensei sobre: Quando nos encontramos totalmente falíveis, é que nos percebemos ainda mais humanos; não há absolutamente nada mais humano que os sentimentos, são cristais parecem, basta observar a fragilidade deles, a nossa, e não importa se amor ou ódio, os antagonistas mais lembrados, estão ali sempre ao risco de uma lágrima os quebrarem.

E dói, dói muito.

Você nunca está preparado para ver alguém chorando por sua causa. É cortante. A trilha percorrida por uma lágrima no rosto de alguém é uma navalha que rasga o peito, e o que sangra disso é sua própria essência, porque ali você vê que foram os seus defeitos, sua personalidade e as entrelinhas nunca lidas anteriormente, toda a minúcia que a vida de outro alguém necessita para estar ligada a sua.

Tudo ganha contornos mais sombrios a partir de um momento desses; a melancolia os une, enquanto que a melodia lamuriosa os afasta; o choro de alguém que ama, respeita e admira, seja ele copioso ou não, é como a marcha fúnebre de Chopin aos ouvidos.

A imagem é muito forte, significativa demais. É aquela pessoa que, até então, sorria para e com você, e o enchia de coisas boas. Os bons momentos parecem sempre sobrepostos pelos ruins, num truque perverso da nossa cabeça, e isso vale para os dois lados.

Os sentimentos se abraçam, as perguntas surgem: O que é o amor? O que é a raiva? Isso é tristeza? As perguntas não se calam, entretanto, o choro silencia. Um vazio toma conta por completo do ser, e a culpa o martela, martela e martela.

Não há conforto.

Não há cotidiano.

Não há atenção.

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Você sabe que do outro lado há alguém em que a cama parece um chão cinzento e frio, que não come direito ou que não sorri com a mesma intensidade.

Você sabe também que há um sentimento ali do outro lado, que está machucado, necessitando cuidados, e não sabe bem o nome dele, apenas que está se equilibrando numa linha tênue, no caso, as memórias.

Você sabe…

Você sabe…

Você parece saber o suficiente sempre, autossuficiência total, conhecimento empírico da vida, mas ainda assim faz alguém importante chorar. Idiota puro.

No fim, percebemos que não sabemos nada.  E que nunca saberemos – e esse, talvez, seja o único nunca que podemos dizer rasgando a garganta de certeza.  Apenas desejamos secar as lágrimas com as nossas mãos, acalentar num abraço e deixar que o momento grite alto o que há ali, que é verdadeiro.

A dureza do amor é o imaginar como um belíssimo script, mas ter que o reescrever com certa frequência, readaptando-o…

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